Depois de cerca de oito horas de sessão, a Câmara do Deputado aprovou no início da noite desta quarta, dia 2, a medida provisória que reajustou o salário mínimo para R$ 260. Enviado pelo Palácio do Planalto, o texto da MP foi aprovado em votação simbólica. 

Antes da medida começar a ser votada, os deputados governistas já haviam derrubado por 266 contra 167 votos e seis abstenções, um substitutivo apresentado pelo PFL que pedia o reajuste para R$ 275. Para a aprovação da  matéria, era necessário o voto da metade mais um dos presentes, desde que houvesse quórum mínimo de 257 dos 513 deputados da Casa.

A votação só  foi iniciada após um acordo entre o líder do governo na Câmara, Professor Luizinho (PT-SP), o líder do PFL, José Carlos Aleluia (BA), e o líder do PSDB, Custódio Matos (MG), no qual os partidos de oposição se comprometeram a não apresentar requerimentos para adiar a decisão.

A pressão do governo sobre o PT, maior bancada da Casa, e sobre os demais partidos aliados pesou na decisão. Esta foi a primeira grande vitória do ministro Aldo Rebelo no cargo de coordenador político do governo. Rebelo fez uma série de reuniões durante o dia com líderes dos partidos para negociar a aprovação da MP. O ministro conversou com líderes do PMDB, do PP, do PTB e com o líder do governo, Professor Luizinho. Em seguida,  visitou os líderes do PL, do PSB, do PCdoB e voltou a se reunir com o PMDB.

Agora, a medida segue para o Senado, onde a resistência é maior. Levantamento preliminar mostrou que cerca de 53 dos 81 senadores votarão contra o valor de R$ 260.