Apesar das constantes comparações, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, disse nessa quinta, dia 27, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está fazendo uma gestão bem diferente da comandada por Fernando Henrique Cardoso, mesmo com as restrições orçamentárias e a necessidade de alianças políticas. Em clima de campanha para as eleições municipais de outubro, Dirceu aproveitou um discurso feito a cerca de 500 militantes do PT, na sede do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio de Janeiro, para fazer duras críticas aos oito anos de gestão do PSDB na Presidência da República.

– É um absurdo dizer que somos de direita, o presidente Lula está mudando o país...nós temos que ter a capacidade de enxergar isso. Se nós não conseguirmos nós mesmos começamos a dizer que somos de direita, isso é um absurdo – disse ele durante um discurso de mais de uma hora e meia em que teve a seu lado o deputado federal Jorge Bittar, candidato petista à prefeitura do Rio de Janeiro.

– Nós paramos as privatizações, reorganizamos o setor público, reorientamos o investimento, voltamos a ter política industrial, então não é a mesma política. Nem o mesmo juro. Ele (o juro) era de 25% no governo Fernando Henrique e passou para 16% – disse o ministro.

Dirceu fez diversas comparações entre os dois governos para tentar mostrar as diferenças e principalmente os avanços alcançados no governo petista. Durante o discurso o ministro tentou estimular os militantes a defenderem as ações do governo federal nas eleições municipais deste ano. Segundo ele, todos os militantes e candidatos precisam ter acesso aos dados comparativos entre o governo anterior e o atual para que não haja um ''curto-circuito'' de informação.

O ministro-chefe da Casa Civil também pediu paciência com impasses como o reajuste do salário mínimo.

– Nós não vamos votar apenas os R$ 260. Queremos e vamos aumentar o valor real do salário mínimo e abrir com o Congresso Nacional uma discussão sobre como recuperar o valor do salário mínimo.

José Dirceu disse que o governo deveria ter começado a tratar deste assunto ainda no ano passado.

– Não fizemos e agora estamos pagando o preço.

Com informações das agências Reuters e Brasil.