O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou no início da noite desta quarta, dia 17, um "corte simbólico" na taxa básica de juros de 0,25 ponto percentual. Com a baixa, a Selic passa de 16,5% ao ano para 16,25%, menor patamar desde abril de 2001. A decisão – por seis votos a três e sem viés – faz crescer a expectativa por uma nova seqüência de baixas nos juros, após dois meses de manutenção da taxa no mesmo percentual. No ano passado, o Copom fez um corte agressivo de 10 pontos na Selic.

O corte tímido é influenciado pelo comportamento da inflação, tendo como prioridade o cumprimento da meta do ano, de 5,5%. Nesta quarta, pouco antes do anúncio da Selic, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou que o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) registrou inflação de 1,05% em março, contra uma variação de 0,78% em fevereiro. Em janeiro, o indicador havia sido positivo em 0,76%.

Reforçando o coro por uma queda nos juros, nesta quarta, antes do anúncio do Copom, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa, defendeu uma taxa anual na ordem de 8,5%.

– O saldo a frente para o Brasil seria gigantesco – explicou Lessa acrescentando que diversos projetos são apresentados ao banco e não são viabilizados porque os investidores ainda estão avaliando o quadro atual.

– Todos nós brasileiros queremos a estabilidade macro-econômica e ao mesmo tempo queremos crescimento de renda, emprego e desenvolvimento. As duas coisas só são compatíveis se estabelecermos regras para que não surja instabilidade de preços – avaliou Lessa explicando que a remarcação de preços dá força aos que desejam manter uma alta taxa de juros.

A ata com todas as explicações do BC sobre a reunião desta quarta será divulgada na quinta-feira da próxima semana. O Copom só poderá voltar a mexer nos juros na reunião dos dias 13 e 14 de abril.

Com informações da Agência Brasil e do Globo Online.