| 02/03/2004 21h46min
O senador Magno Malta (PL-ES) decidiu adiar, mais uma vez, a apresentação do requerimento para instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos bingos atendendo a um pedido do governo, que quer evitar a instalação da comissão. Segundo avaliação de alguns parlamentares, de uma forma ou de outra a CPI dos bingos não deve sair. Os líderes do governo e Malta estariam apenas disputando para ver quem vai ficar com o ônus do cancelamento da CPI.
– Eu ainda acho que o requerimento precisa ser apresentado. Vamos nos reunir amanhã (quarta-feira), mas pretendo manter minha posição – disse o senador a jornalistas após reunião com senadores da base governista. – Eu apenas aceitei a solicitação dos líderes para que o assunto seja melhor discutido – acrescentou.
Esta já é a segunda vez que Malta adia a apresentação do requerimento. Pouco antes do Carnaval, o senador já havia adiado a apresentação para depois do feriado. Mas Malta não quer voltar atrás, nem os senadores da base querem passar pelo constrangimento de retirar suas assinaturas.
Embora o requerimento da CPI não traga o nome de Waldomiro Diniz, ex-assessor da Presidência, subordinado ao ministro José Dirceu (Casa Civil), nem cite o caso do pedido de propina feito por ele em 2002, estopim da crise política, o governo teme que esse acabe sendo o foco das audiências se a comissão for instalada.
O pedido da CPI fala apenas na abertura de uma investigação de irregularidades cometidas pelos bingos, como por exemplo, suspeitas de lavagem de dinheiro. Outra possibilidade para evitar a CPI seria a mesa diretora do Senado, presidida por José Sarney (PMDB-AP), engavetar o pedido por ausência de um fato determinado para ser investigado no seu requerimento. O PMDB, no entanto, também não estaria disposto a ficar sozinho, na figura de Sarney, como reponsável pelo ``enterro'' da CPI.
Seja qual for a solução sobre a CPI, ela será costurada dentro de toda a base governista.
– Qualquer deliberação será tomada em conjunto pelos partidos da base aliada – disse a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC).
Atualmente, Malta tem 32 assinaturas no requerimento, sendo que são necessárias apenas 27 para que ela seja protocolada.
Até o início desta semana, ele tinha 33 assinaturas, mas o senador Tião Viana (AC) retirou sua assinatura nesta terça. Com isso, o requerimento conta com seis assinaturas de senadores petistas. No total, 12 senadores da base aliada assinaram o requerimento.
Malta disse que não foi procurado por outros senadores para retirada de assinaturas.
– Retirar assinaturas é um problema de cada um – disse.
O senador disse ainda que não pretende aceitar proposta feita pelo governo de postergar a apresentação do requerimento até que seja votada no Congresso a medida provisória que proíbe o funcionamento dos bingos, editada pelo governo pouco antes do Carnaval. A votação da MP pode ocorrer até o final do mês.
As informações são da agência Reuters.
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