| 27/02/2004 10h27min
A economia brasileira registrou em 2003, primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o pior resultado em mais de uma década, em meio a uma economia abatida pelo alto patamar dos juros e a fraca demanda doméstica. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta sexta, dia 27, que o Produto Interno Bruto (PIB) encolheu 0,2% no ano passado, ante uma expansão de 1,9% em 2002. A queda de 2003 seria resultado da manutenção no mesmo patamar de 2002 do Valor Adicionado a preços básicos e da queda de 1,7% nos Impostos sobre Produtos.
Esta é a primeira retração da economia brasileira desde 1992, quando o PIB encolheu 0,5%. O resultado anual ficou abaixo da estimativa do Banco Central, que esperava uma expansão de 0,3% no ano passado.
O desempenho somente não foi pior por conta da agricultura, que registrou expansão de 5% no ano passado. Já a indústria encolheu 1%, puxada pela queda de 8,6% da construção civil. Já o setor de serviços teve queda de 0,1%. O PIB per capta teve retração de 1,5% em 2003.
O IBGE informou ainda que o PIB no quarto trimestre registrou uma expansão de 1,5% em relação ao terceiro trimestre – abaixo da estimativa do mercado –, e encolheu 0,1% em relação ao mesmo período de 2002.
Considerando os resultados pela ótica da demanda, no ano de 2003, o consumo das famílias declinou 3,3% e a Formação Bruta de Capital Fixo apresentou queda de 6,6%. Por outro lado, o consumo do governo cresceu 0,6%. Já no âmbito do setor externo, os componentes exportações de bens e serviços e importações de bens e serviços apresentaram desempenho favorável, com variações de 14,2% e -1,9%, respectivamente. Essas taxas de variação são resultantes, no caso das exportações, dos crescimentos de 14,8% das vendas externas de bens e de 10,9% nas de serviços e, no caso das importações, da queda de 4,7% nas compras externas de bens e do aumento de 8,7% nos serviços.
O Valor Adicionado a preços básicos apresentou variação de -0,1% no quarto trimestre e os impostos sobre produtos uma variação de 0,3%. Em relação aos setores que contribuem para a geração do Valor Adicionado, nessa comparação, a agropecuária apresentou uma taxa positiva de 4,8%, a indústria registrou uma queda de 1,7% e os serviços uma variação de 0,3%.
A taxa da Agropecuária pode ser explicada pelo desempenho positivo de alguns produtos cujas safras são relevantes neste trimestre, como é o caso, por exemplo, do trigo e da cana de açúcar que, segundo a estimativa de safra feita pelo IBGE (LSPA), tiveram aumentos de produção de 101,6% e 7,2%, respectivamente.
Um pesquisa, realizada pela Reuters, divulgada na última semana, mostrou que a média das expectativas do mercado apontava para uma expansão de 0,2% em 2003, com os prognósticos variando entre retração de 0,2% e crescimento de 0,7%.
Para o PIB no quarto trimestre, a previsão era de uma taxa de crescimento de 2,6% em relação ao período imediatamente anterior, com as estimativas variando entre 2% e 3%. Na comparação com o último trimestre de 2002, a estimativa apontava para um crescimento de 1,12%, com previsões variando entre 0,0 e 2,5%.
O IBGE revisou o dado do terceiro trimestre de 2003 em relação ao trimestre anterior, de uma expansão de 0,4% para 0,1%.
As informações são da agência Reuters.
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