| 22/01/2004 16h47min
O ministério extraordinário da Coordenação Política, nova pasta criada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, será realmente ocupada pelo líder do governo na Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Ele confirmou que aceitou o convite na tarde desta quinta, dia 22. O substituto de Rebelo em seu atual posto ainda é desconhecido. A escolha também deverá ser feita pelo presidente.
O novo ministério terá como objetivo dividir as atribuições que, na avaliação do governo, estão sobrecarregando o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu.
– Isso vai ampliar a relação de cooperação entre o governo e o Congresso – disse Rebelo no Palácio do Planalto, após encontro com Dirceu.
Ele fez questão de ressaltar, no entanto, que apesar de realmente haver um excesso de trabalho para a Casa Civil, o presidente Lula estava plenamente satisfeito com o desempenho de Dirceu. Ele procurou minimizar o espaço que seu partido passará a ocupar no Ministério de Lula. Com uma bancada pequena, de 10 deputados, o PCdoB terá dois ministros. O outro é o titular do Esporte, Agnelo Queiróz.
Durante a tarde, quatro novos ministros do governo se reuniram com o presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), para discutir a relação do Executivo com o Congresso. Os deputados Patrus Ananias (PT-MG), Eunício Oliveira (PMDB-CE), Aldo Rebelo (PCdoB-SP) já eram cumprimentados pelos corredores do Congresso como novos ministros.
Assim como os demais, o deputado Eduardo Campos (PSB-PE) também recebeu as congratulações de seus colegas. Ele assumirá na próxima quarta, dia 29, o Ministério da Ciência e Tecnologia, em substituição a Roberto Amaral. O parlamentar, que é líder do partido na Câmara, aceitou o convite feito na noite de quarta, dia 21, pelo presidente Lula após conversar com a bancada do PSB no Congresso e com a Executiva do partido.
Durante a convocação extraordinária, o primeiro vice-líder do partido na Câmara, deputado Renato Casagrande (PSB-ES), assumirá a liderança do partido. Na primeira semana dos trabalhos legislativos ordinários, que se iniciam em 15 de fevereiro, o PSB fará a escolha definitiva de seu novo líder.
Patrus, ex-prefeito de Belo Horizonte, vai assumir a nova superpasta da área Social, que reunirá os ministérios da Assistência Social e da Segurança Alimentar e Combate à Fome e secretaria executiva do Bolsa Família.
Eunício, líder do PMDB na Câmara, deve assumir a pasta das Comunicações e Rebelo, atual líder do governo na Câmara, vai dividir a coordenação política com o ministro Dirceu, sendo responsável pelas relações com o Congresso.
Ao chegar ao Congresso na tarde desta quinta, após encontro com o presidente Lula, Patrus foi cumprimentado pelo deputado Luiz Couto (PT-BA), a quem disse que vai precisar "de muita luz e muita oração'' na função. Depois, falou rapidamente com os jornalistas, mas disse apenas que já havia conversado com o ministro José Graziano, de quem fez questão de elogiar o trabalho.
Essas alterações serão oficializadas pelo presidente antes de embarcar para sua viagem à Índia, na próxima sexta. Mas outras mudanças podem ocorrer depois de sua volta. Devido às pressões de lideranças sindicais contra a saída de Ricardo Berzoini da Previdência, Lula poderia fazer uma dança de cadeiras em alguns ministérios que permitiria sua acomodação em outra pasta.
As informações são da agência Reuters e Globo Online.
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