| 17/01/2004 17h20min
O prefeito de Porto Alegre, João Verle (PT), acredita que o próximo Fórum Social Mundial (FSM) que ocorrerá na capital gaúcha possa ultrapassar a marca dos 150 mil participantes. Para ele, o envolvimento do público nos seminários e conferências tem de ser maior para que o encontro seja mais eficaz.
– Não adianta ficar somando mais e mais participantes. Mas temos de encontrar uma forma de fazer com que as discussões sejam mais efetivas. Apesar do grande número de pessoas vemos que a participação nas oficinas e seminários ainda é pequena – avalia Verle.
Verle, que participa da 4ª edição do evento, na Índia, está preocupado com os rumos do FSM, que volta a Porto Alegre, em 2005.
– Temos de buscar uma maneira de envolver mais as pessoas nas discussões e tentar definir alguns pontos em comum para avançar o movimento – afirma.
De acordo com o prefeito, o Fórum deu um grande passo por ter incluído nos debates grupos que sofrem diretamente com a pobreza e as políticas neoliberais e que, até agora, tinham pouca participação. A presença em massa dos dalit – os "intocáveis“ excluídos do sistema de castas indianos que vivem à margem da sociedade – já é considerada uma das conquistas do evento.
– A aposta de descentralizar o fórum nesse sentido foi exitosa. O público lá em Porto Alegre era formado mais por jovens de classe média. Aqui se vê muita gente de origem mais pobre e também de mais idade – disse.
O prefeito também destacou a finalidade do FSM, que “não se propõe a agir”, mas sim, “a pensar e a propor alternativas para os movimentos”. Segundo ele, esse trabalho está sendo realizado e ainda poderá render frutos mais concretos com o acúmulo de conhecimento e estabelecimento de pautas temáticas para uma discussão mundial. – Percebemos que um novo mundo é possível. Estão aflorando movimentos de luta por direitos que nem suspeitávamos, e isso é maravilhoso.
As informações são da Agência Brasil.
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