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Annan pede reforma do Conselho de Segurança da ONU

Secretário-geral da ONU criticou ataques preventivos dos EUA

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, discursou nesta terça, dia 23, na abertura da 58ª Assembléia Geral da entidade, em Nova York. Ele pediu uma reforma urgente no Conselho de Segurança da organização, órgão que passa por um período crise após os Estados Unidos terem atacado Iraque sem o seu aval. No discurso, Annan, também criticou a doutrina de ataques preventivos adotada pelo governo americano.

O Conselho, que delibera questões de paz e segurança internacionais, é um tema de interesse do Brasil, que busca uma cadeira no grupo de 15 países-membros. De acordo com o secretário-geral, os países-membros da organização precisam tratar com urgência do assunto da reforma do Conselho de Segurança. Annan pediu que o órgão seja fortalecido. Ele disse que um painel será criado para avaliar os orgãos da ONU e a relação entre eles.

Ele acredita o Conselho precisa mudar sua composição para melhor representar a comunidade global e assim recuperar sua credibilidade junto aos integrantes da ONU e à opinião pública mundial. Segundo Annan, o Conselho de Segurança precisa tornar-se mais representativo e inserir em sua pauta de discussões assuntos como a reação a ameaças contemporâneas, como terroristas capazes de acessar armas de destruição em massa, por exemplo.

O secretário-geral da entidade também incentivou os países-membros a se unirem para em torno da estabilidade do Iraque. Ele condenou os ataques contra a missão da organização em Bagdá, que deixou 22 mortos em agosto, entre eles o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, representante da ONU no país. Segundo ele, os últimos 12 meses foram "dolorosos".

– Vocês são as Nações Unidas, as Nações Unidas são vocês. Os funcionários (da ONU) que morreram nos ataques no Iraque são seus funcionários – disse Annan.

Numa referência à política americana, Annan afirmou que desde a fundação da ONU, em 1945, os países integrantes da organização concordaram em responder às ameaças à paz e a segurança internacionais através de ações de defesa, mas que agora, "alguns parecem acreditar que ataques de países hostis ou grupos radicais justificam ataques preventivos".

– Isso desafia a paz e a estabilidade internacionais. Preocupo-me, se for adotada esta doutrina, com a proliferação do uso da força unilateral e sem lei. Chegamos a uma bifurcação. Um ponto tão decisivo quanto 1945. Como quando o presidente Franklin Delano Roosevelt pretendia tornar a segunda metade do século 20 diferente da primeira – disse Annan.

As informações são da Globo News.

 
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