| 16/09/2003 20h20min
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia no final da tarde desta quarta, dia 17, se mantém ou altera a taxa básica de juro da economia, hoje em 22% ao ano. Nos últimos dias, as projeções – até então moderadas – de corte na Selic dispararam. O comportamento da inflação, a valorização do real frente ao dólar e até a recuperação mais lenta da economia são apontados como aliados para uma redução de até três pontos percentuais. No mês passado, o Copom cortou 2,5 pontos da taxa básica de juro.
Os economistas garantem que não foram as expectativas que mudaram, mas os indicadores. Como o BC vem administrando o sistema de metas de inflação de forma ortodoxa, a maior mudança apontada pelos especialistas é nos índices de preços. As decisões do Copom são tomadas dentro do sistema de metas de inflação. Conforme o sistema, o comportamento dos preços, medido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o foco de toda a política monetária. O que está mudando é que os dados mostram a quase eliminação da inflação inercial (reajuste de preços em cadeia) o que permite que o BC baixe os juros mais rapidamente.
Além disso, o ritmo da economia brasileira também indica uma tendência de que o governo deva afrouxar a política monetária para incentivar o crescimento. A estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) caiu de 1,6% para 0,5% neste ano. No varejo, os juros altos provocam queda nas vendas: julho foi o oitavo
mês seguido de retração, com uma baixa de 4,36% em relação a julho de 2002. Desde janeiro, as vendas caíram 5,42% na comparação com igual período do ano passado.
Em visita à Colômbia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse estar otimista com a retomada do crescimento econômico e com a geração de empregos que o reaquecimento deve provocar. Lula disse que o país está no caminho certo, que os juros vão continuar caindo e que esse movimento vai beneficiar consumidores e o setor produtivo.
– Obviamente, a redução das taxas de juros vai chegar ao consumidor e aos empresários. Essas coisas não se dão de forma automática. Quando você anuncia, não chega no dia seguinte a quem nós queremos atingir e favorecer. Leva um tempo de maturação – afirmou o presidente.
Nesta terça, foi realizada a primeira parte da reunião mensal do Copom, quando o presidente do BC, Henrique Meirelles, diretores e chefes de departamento discutiram a conjuntura econômica brasileira.
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