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O ministro brasileiro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse nesta sexta, dia 12, que os Estados Unidos e a União Européia intensificaram as pressões sobre países mais pobres nas negociações sobre comércio mundial em Cancún a fim de desarticular o grupo G-21. Rodrigues afirmou que ambos países estão tentando "cooptar" as nações mais pobres do grupo, que reúne os países emergentes, para aderirem a seu relatório.
– Corre por aqui nos corredores da Organização Mundial do Comércio (OMC) que os Estados Unidos vêm fazendo pressão muito forte sobre alguns dos países mais frágeis do G-21 para tentar enfraquecer o grupo, cooptando esses países – afirmou Rodrigues.
O Brasil tem um papel de liderança no G-21, que reúne países como China e Índia, e vem lutando para que os Estados Unidos e a UE façam mais concessões no comércio agrícola, reduzindo os bilhões de dólares em subsídios que destinam anualmente para o setor.
Rodrigues também afirmou que o G-21 pode ficar maior. Segundo ele, o dia de ontem foi marcado por reuniões com países africanos, que deram sinais de que pretendem integrar a equipe. Zâmbia, Nigéria, Quênia e a até a Turquia são fortes candidatos a engrossar o coro dos países que combatem os subsídios agrícolas, afirmou o ministro.
Rodrigues reuniu-se ontem separadamente com representantes dos EUA e da UE, em encontros que duraram mais de duas horas. Para ele, a longa duração das reuniões é um sinal de que as nações ricas estão dispostas ao diálogo, embora o encontro com os Estados Unidos tenha sido mais tenso. Robert Zoellick, representante comercial dos EUA, questionou quais seriam as vantagens para os Estados Unidos se fizessem concessões ao Brasil.
De acordo com Rodrigues, o comentário de Zoellick gerou uma certa "irritação" na reunião, pois são os países pobres que realmente perdem com o protecionismo dado pelas nações desenvolvidas. Diante disso, o ministro reiterou que "fica firmemente colocado o tema de que sem agricultura não há avanço em Cancún".
Roberto Rodrigues está otimista e diz que a liderança assumida pelo Brasil mostra o amadurecimento nas relações internacionais do país com o resto do mundo.
– A firmeza com que o Brasil tem se comportado está dando ao país uma condição de relevo muito interessante – afirmou.
De acordo com o ministro, países que então em Cancún foram chamados a negociar, de forma mais conclusiva, as intermináveis divergências entre os 146 países integrantes do bloco.
– Nós fomos informados, e até convocados, para uma reunião no salão verde, que sempre acontece nas reuniões da OMC – disse.
Com informações da agência Reuters
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