| 08/09/2003 12h52min
O governo espera acelerar até o final do ano o processo de privatização dos bancos estaduais federalizados, segundo carta enviada pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, à diretoria do FMI. No documento, as autoridades brasileiras reconhecem que o processo avançou "mais lentamente do que o previsto'' em função principalmente de questões legais.
– Temos a expectativa de uma avanço significativo deste tema até o final do ano, com a conclusão de nova rodada de avaliações para determinação do preço mínimo de venda – disseram as autoridades brasileiras ao Fundo, em carta divulgada nesta segunda, dia 8, pelo Ministério da Fazenda.
Segundo o BC, os bancos que ainda não foram privatizados são os dos estados de Santa Catarina (BESC), Ceará (BEC), Maranhão (BEM) e Piauí (BEP). A venda dos bancos é um dos parâmetros do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para uma ajuda financeira de mais de US$ 30
bilhões.
A carta
enviada pelas autoridades brasileiras faz parte da quarta revisão do acordo, aprovada na semana passada pelo diretoria do FMI, e que possibilitou a liberação de cerca de US$ 4 bilhões para o país. O ministro Palocci já confirmou que o saque será feito.
No documento, ainda, Palocci e Meirelles reforçaram a expectativa de queda dos juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O governo brasileiro afirma que as expectativas de inflação estão convergindo para as metas, o que permite ao governo "relaxar a política monetária".
Nova reunião do Copom ocorrerá na próxima semana. O mercado espera uma queda de 1,5 a dois pontos percentuais na taxa básica da economia brasileira – a Selic –, hoje em 22% ao ano.
O governo brasileiro também acredita que a economia "claramente superou as dificuldades iniciais" e a expectativa é a de que a retomada do crescimento ocorra em bases sólidas. Palocci e Meirelles reafirmam o compromisso do país em buscar atingir as metas centrais de inflação para 2004 e 2005, de 5,5% e 4,5%, respectivamente. De acordo com o documento, apesar de ambas as metas comportarem uma margem de erro de até 2,5 pontos percentuais, "a política monetária estará visando firmemente ao valor central dessas bandas".
A avaliação feita é de que a confirmação da meta de 5,5% para 2004 reforça o papel da política monetária em propiciar "um ambiente de estabilidade que facilite as decisões econômicas, ao mesmo tempo em que evita um custo excessivo em termos de produto que uma desinflação mais rápida traria".
A carta enviada ao Fundo destaca também o bom desempenho das contas externas, com crescente diversificação de mercados e produtos, mesmo com o ambiente internacional volátil.
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