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O governo de Luiz Inácio Lula da Silva enfrentou nesta terça, dia 8, a primeira greve geral de servidores públicos federais contra o projeto de reforma da Previdência. Segundo a Coordenação Nacional das Entidades de Servidores Públicos Federais (CNESF), 45% dos cerca de 800 mil funcionários públicos aderiram ao movimento.
Além da greve, convocada por tempo indeterminado, foram organizadas manifestações nas principais cidades do país, que registraram pouca mobilização. Na Cinelândia, no centro do Rio, a manifestação convocada teve uma adesão tímida. Segundo a Polícia Militar, o protesto reuniu aproximadamente 300 pessoas.
Segundo informações do Sindicato dos Servidores Federais do Rio de Janeiro, contudo, a mobilização nos locais de trabalho foi maior. Apesar disso, em alguns órgãos o movimento de público e funcionários parecia normal.
Em São Paulo, cerca de 300 servidores públicos estaduais e federais se reuniram à tarde em frente à Secretária da Fazenda. Entretanto, a organização esperava dez vezes mais em apoio ao movimento. Em Brasília, menos de 300 pessoas se reuniram em frente ao prédio do Ministério da Previdência para tentar pressionar o ministro Ricardo Berzoini com faixas e gritos de protesto.
Na representação do Banco Central em São Paulo, o funcionário em greve Paulo Moraes disse que cerca de metade dos colegas trabalharam, mas que não houve circulação de dinheiro. No Rio, a secretária-geral do Sindicato Nacional dos Funcionários do BC (Sinal) estimou em 90% a adesão à paralisação, mas admitiu um revés.
– Nossa grande intenção seria parar a mesa de operações do BC no Rio de Janeiro, mas só conseguimos perturbar as operações – disse.
No final do dia, a assessoria do Banco Central afirmou que a paralisação de 24 horas atingiu 30% dos funcionários em 10 cidades do país. A Polícia Federal em Brasília informou que existiram pontos de paralisação em alguns locais do país. Em São Paulo e na própria
Capital federal, todas as agências da PF
funcionaram. Em São Paulo, a maioria dos auditores fiscais da Receita Federal interrompeu suas atividades, segundo avaliação da assessoria de imprensa da Unafisco, o sindicato da categoria.
No início da noite, um balanço parcial da Confederação Nacional dos Servidores Públicos Federais (Condsef) mostrou que 40% dos 456 mil funcionários filiados à entidade haviam paralisado. Lula, que embarca nesta quarta, dia 9, para sua terceira viagem à Europa, disse que a greve dos servidores é um direito dos trabalhadores e que sua realização não prejudica o andamento das reformas.
– Atrapalharia se os deputados fizessem greve – disse o ex-líder sindical em São Paulo. Com informações da agência Reuters.
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