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Emprego tem, em maio, a primeira queda no ano, aponta CNI

Salário real pago aos trabalhadores caiu 0,19%

O faturamento da indústria cresceu levemente em maio apesar das altas taxas de juros, mas a política monetária apertada provocou a primeira queda no nível de emprego no setor este ano e uma nova redução da renda real do trabalhador.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou nesta terça, dia 8, que as vendas reais industriais cresceram 0,38% em maio em relação a abril, alavancadas pelas exportações, mas continuam abaixo dos níveis observados no segundo semestre do ano passado e no início de 2003. Em relação a igual mês de 2002, houve um recuo de 0,36%.

O emprego, por sua vez, caiu 0,34% na comparação com abril, que desconta os efeitos sazonais, o pior resultado desde agosto de 2001, quando houve uma redução de 0,47%. No mesmo período de comparação, os salários reais pagos aos trabalhadores da indústria caíram 0,19%.

– O mercado de trabalho acendeu uma luz amarela, refletindo as dificuldades da indústria no ano – afirmou Flávio Castelo Branco, economista da CNI.

Entre outubro e fevereiro deste ano, o Banco Central elevou os juros básicos em 8,5 pontos percentuais para 26,5% ao ano para conter a aceleração da inflação. A taxa ficou estacionada neste patamar até junho, quando caiu apenas 0,5 ponto percentual.

A taxa de juros, que tem contribuído para inibir o consumo e a atividade econômica, situa-se entre uma das mais altas do mundo.

Segundo a CNI, a queda do salário real leva em conta a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor, que subiu 0,99%. No acumulado do ano, os salários da indústria acumulam uma perda real de 7,04%.

Os números da CNI são compatíveis com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também divulgados nesta terça, que mostraram um crescimento de apenas 0,1% da produção industrial em maio em relação a abril e um recuo de 0,3% na comparação com o mesmo mês de 2002.

Dados parciais da sondagem conjuntural da indústria divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou, ainda, que o empresariado do setor "não demonstra sinais evidentes de acreditar na possibilidade de uma retomada do crescimento no próximo trimestre (julho-setembro de 2003)" avaliação corroborada pela CNI.


 
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