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Blair nega ter mentido sobre existência de armas no Iraque

Pesquisa aponta que mais da metade dos britânicos não confia no premiê

O premiê britânico Tony Blair, lutando por sua reputação política, rejeitou nesta terça, dia 8, as  acusações de que teria enganado seu país a respeito dos motivos da guerra contra o Iraque, apesar das armas de destruição em massa não terem sido encontradas no país árabe.

– Nego totalmente qualquer sugestão de que tenhamos enganado o Parlamento ou o país – Blair declarou a um comitê parlamentar.

A Grã-Bretanha e os Estados Unidos lançaram a guerra contra o Iraque baseados na informação do que as armas de destruição em massa do ex-líder do país, Saddam Hussein, eram uma ameaça séria. Mas como até hoje essas armas não foram encontradas, o motivo da guerra tem sido amplamente contestado.

– Acho que fizemos a coisa certa em relação ao Iraque. Tenho 100% de certeza a respeito das minhas afirmações e acredito que nossos serviços de inteligência tenham nos dado as informações adequadas – concluiu.

A credibilidade do governo de Blair foi atacada e seu nível de popularidade caiu. Uma pesquisa de opinião divulgada hoje pelo jornal Times mostrou que mais da metade dos britânicos não confia no primeiro-ministro e que a maior parte deles não acredita que ele seja mais honesto do que outros políticos.

O Comitê de Assuntos Exteriores acusou Blair de ter apresentado de maneira inadequada um dossiê a respeito das armas iraquianas ao Parlamento – parte da documentação foi tirada de uma tese de um estudante. Também disse que ele teria dado importância descabida a informações de inteligência questionáveis.

A discussão a respeito das armas foi intensificada depois de uma declaração feita pela rede de comunicação BBC, afirmando que um funcionário de segurança não-identificado teria dito que o governo exagerou os dados disponíveis para justificar a guerra. O governo exigiu desculpas formais da BBC, mas a rede negou-se a atender à reivindicação.

Ao responder uma enxurrada de perguntas de membros do Parlamento, Blair negou alegações de que a decisão de lançar a guerra teria sido previamente acertada com os EUA. Também rejeitou a conclusão do Comitê de Assuntos Exteriores de que nada havia sido provado a respeito das armas iraquianas. Blair disse não ter dúvidas de que Saddam estava tentando reconstituir seus programas de armas.

As informações são da agência Reuters.


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