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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva transformou nesta sexta, dia 27, a abertura do encontro nacional de vereadores e deputados estaduais do PT em mobilização do partido para as eleições municipais de 2004. Lula fez a platéia de quase 2 mil pessoas entoar hinos e gritos de ordem, e voltou a prometer para julho o início do crescimento econômico, como já afirmara na noite desta quinta em discurso no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
– Esperem, no mês de julho vocês vão assistir ao espetáculo de crescimento, é porque eu acredito que as coisas que foram plantadas vão começar a brotar agora. Em poucos meses, o que nós plantamos já vai estar dando frutos – disse Lula, ao lado do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu.
No discurso de quase meia hora, o presidente da República falou ainda das dificuldades herdadas e enumerou as realizações do governo no primeiro semestre, mas não mencionou a polêmica envolvendo o reajuste das tarifas telefônicas fixado na véspera pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Lula aproveitou o momento também criticou os juros.
– É lógico que a taxa de juros é alta, quem não sabe? Vinte e seis por cento na taxa Selic é alto. Mas não é esse juro que está matando o povo, esse juro está dificultando o papel do Estado de investir – disse.
O presidente prometeu para as próximas semanas a apresentação de um balanço dos seis meses de governo. Ao discursar antes de Lula, Dirceu defendeu o desenvolvimento do país e adiantou que "a hora chegou". Diante da explícita euforia da platéia, o presidente do PT, José Genoino, chegou a dizer que o partido está se preparando para vencer as eleições de 2004.
Anunciada como a prefeita "reeleita" de São Paulo, Marta Suplicy, vice-presidente do PT, conclamou todos a defenderem o governo e justificou o arrocho na economia.
– Nós somos seu time, sua tropa. Conte com cada um de nós. A política econômica que executamos é a política mais difícil de se fazer. É contra tudo que almejamos fazer em tempos normais – explicou Marta.
João Paulo Cunha (PT-SP), presidente da Câmara dos Deputados, tomou a palavra para também fazer um balanço dos seis meses do governo.
– O presidente pode ter certeza que estamos com ele na hora da dificuldade e na alegria – enfatizou Cunha.
O presidente da Câmara também elogiou o ministro da Fazendo, Antônio Palocci, ao elencar três pontos positivos do governo.
– Havia um medo de não avançar na economia do país, mas o Palocci com remédios amargos, botou de pé a nossa economia – afirmou.
José Dirceu conclamou à união do partido na defesa do governo, mandando recado para os radicais
– PT somos nós. Nós é que temos que defender o governo sem nenhuma dúvida de que vamos realizar o sonho que construímos no PT ao eleger o presidente Lula – disse Dirceu.
Apontado como homem forte do Palácio do Planalto, Dirceu revelou sentir-se emocionado no encontro com seus correligionários. Adotou tom nostálgico e chegou a dizer estar com saudades do PT. Ele lembrou das reuniões, quando dirigia o partido, e o sonho de chegar ao poder.
Além das eleições 2004, outro ponto da reunião de vereadores e deputados que irá se estender pelo fim de semana será a reforma da Previdência. O ministro Ricardo Berzoini tentará persuadir os parlamentares sobre a importância de defender as reformas, mesmo que possam comprometer votos.
Ao deixar a abertura do encontro nesta sexta, Berzoini defendeu uma maior organização da base governista e mostrou descontentamento com a derrota ocorrida nesta quinta na comissão especial que discute a proposta no Congresso.
O vice-líder do governo na Câmara, Professor Luizinho, admitiu que falta sintonia na base.
– Esperamos que não se repita. Enquanto não prejudicar o calendário não estarei preocupado – disse Luizinho.
As informações são da agência Reuters.
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