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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realiza no próximo dia 30 seu terceiro encontro com os 27 governadores, para fazer uma revisão das reformas tributária e previdenciária. Lula deve aproveitar também para cobrar mais empenho para a aprovação das propostas.
– É uma reunião onde teremos a oportunidade de fazer o ajuste final das propostas. Vamos fazer um pente-fino – disse Lula, segundo relato do governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), após encontro no Palácio da Alvorada.
Cunha Lima disse que os governadores devem voltar a pedir a inclusão do fundo de compensação para a Lei Kandir (que desonera as exportações) na reforma tributária. Enquanto Cunha Lima falava do encontro na saída do Alvorada, a assessoria de imprensa da Presidência confirmava, no Palácio do Planalto, a data do dia 30.
Segundo o vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Professor Luizinho (PT-SP), o presidente já havia comentado a vontade pessoal de realizar uma nova reunião para discutir a articulação e a adesão das bancadas.
– Precisa de um ajuste, uma avaliação do empenho dos governadores – observou Luizinho ao suavizar o tom da cobrança.
A avaliação entre lideranças de partidos aliados no Congresso Nacional é que o governo federal encampou pontos defendidos pelos Estados e foi deixado à própria sorte, assumindo o ônus político e o desgaste com os servidores públicos.
Um dos primeiros a reclamar foi o presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, deputado Luiz Eduardo Greenralgh (PT-SP). No mesmo tom, o líder do PT na Câmara, Nelson Pellegrino (BA), que foi vaiado pelos servidores na manifestação contra as reformas, resolveu reivindicar maior influência dos Estados sobre seus deputados.
Ele lembra que o líder do PFL na Câmara, José Carlos Aleluia (BA), está fazendo discursos contra a taxação enquanto seu correligionário, o governador da Bahia, César Borges (PFL), disse precisar da cobrança previdenciária dos aposentados. Por duas vezes o presidente Lula reuniu-se com os governadores para acertar o texto final das reformas. A taxação dos servidores inativos foi uma imposição dos governadores que têm sérios problemas no caixa previdenciário. Durante a elaboração das propostas, o presidente já havia comentado que voltaria a chamar os governadores no momento que considerasse necessário.
Um exemplo prático da falta de pressão ocorreu durante a votação da reforma previdenciária na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara quando os líderes governistas se viram obrigados a cobrar pessoalmente a ação dos governadores junto a suas bancadas.
– Se nós não tivéssemos ligado para dois ou três governadores, não teríamos o número de votos favoráveis do PSDB que nós obtemos – revelou Luizinho, ao contar que a partir desta articulação é que deputados tucanos foram substituídos na comissão.
A maior reclamação leva diretamente aos governadores tucanos de Minas Gerais, Aécio Neves, e de São Paulo, Geraldo Alckmin. No PMDB do governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, também há problemas. Dois deputados gaúchos votaram contra as reformas.
– Agora é que eles vão ter que se empenhar. A CCJ foi um aquecimento, o jogo começa agora – disse Luizinho, referindo-se à votação de admissibilidade das matérias e à tramitação nas comissões especiais e no plenário. Com informações da agência Reuters.
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