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Dirceu defende política radical de fidelidade partidária

Ministro garantiu que PT vai votar unido reformas do governo

As vésperas do início da discussão das reformas tributária e previdênciária nas comissões da Câmara, o ministro da Casa Civil, José Dirceu, defendeu nesta sexta, dia 30, uma política mais radicial de fidelidade partidária – num claro recado aos dissidentes do PT, que ameaçam votar contras as propostas do governo.

Em debate sobre reforma política na TV Câmara, o ministro chegou a dizer que o deputado que deixar o partido deveria perder o mandato, a menos que saia para formar outra legenda. Dirceu garantiu que não haverá cisões dentro do PT e voltou a cobrar que todos os parlamentares votem de acordo com a decisão do partido:

– Não faz sentido votar contra a determinação do partido se o deputado precisa do partido para se eleger. Isso é uma questão histórica do PT e aqui (na Câmara) todos os partidos evoluíram para isso – disse, lembrando que o PT  já afastou dois parlamentares "dissidentes" por indisciplina.

O ministro também afirmou que considera três pontos fundamentais na reforma política: o fim das coligações proporcionais, o financiamento público de campanha para os partidos e a lista fechada partidária, por meio das quais seriam eleitos os candidatos previamente escolhidos pelo partido. Com o novo sistema, segundo Dirceu, seriam evitadas "uma série de irregularidades que já ocorreram como no caso da CPI do Orçamento e no governo (do ex-presidente Fernando) Collor".

Também participaram do debate o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim, e os deputados João Almeida (PSDB-BA) e Ney Lopes (PFL-RN). Jobim disse acreditar que a reforma política pode ser aprovada ainda este ano. A proposta, que foi encaminhada ao Congresso ainda no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, está sendo reexaminada pelo Senado.

Apesar do visível crescimento da base governista no Congresso, Dirceu negou que esteja "estimulando" a mudança de partido entre os parlamentares.

– Isso não é verdade – disse, rebatendo acusações feitas esta semana por parlamentares do PFL e do PSDB de que o ministro de está "cooptando" parlamentares.

No início da legislatura, a base do governo tinha 213 deputados eleitos. Hoje o apoio ao governo no Congresso conta com 295 deputados sem contar com a adesão do PMDB e do PP à base aliada, articulada pelo próprio Dirceu. Juntos, estes dois partidos devem levar cerca de 92 votos a mais para a base governista, garantindo uma maioria folgada para a aprovação das reformas.

O PFL, da oposição, perdeu 12 deputados desde o início deste ano e o PSDB oito. Já o governista PTB quase dobrou sua bancada: elegeu 26 deputados e hoje tem 48.

Ainda no debate, que pôde ser assistido em todo o país, um telespectador paulista sugeriu ao ministro que "primeiro organize o PT para depois pedir apoio aos outros partidos''. Bem humorado, Dirceu respondeu que esta atribuição é do presidente do PT, José Genoino, e não dele.

– Não posso organizar o PT, já tenho muito trabalho que o presidente (Luiz Inácio Lula da Silva) me dá – respondeu, garantindo mais uma vez que o partido vai fechar questão na votação de todas as reformas.


 
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