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 | 16/05/2003 11h20min

Luciana Genro afirma que expulsão dos radicais é desejo da oposição

Deputada considerou extremada ameaça de renúncia de lider do PT no Senado

Uma das bases do tripé radical do Partido dos Trabalhadores, a deputada federal Luciana Genro (RS) voltou a disparar contra o governo federal nesta sexta, dia 16. Um dia depois da crise instaurada pela ameaça de renúncia do líder petista no Senado, Tião Viana, a gaúcha se voltou à pressão organizada pela oposição contra os "esquerdistas" do partido:

– Parece que a nossa expulsão é uma exigência dos partidos de oposição, como o próprio PFL, PSDB, que exigem que a esquerda do PT se cale diante do fato de que o governo petista aderiu a teses que até ontem pertenciam ao governo de Fernando Henrique Cardoso. O governo quer ganhar o apoio desses partidos para a reforma. Para dar esse apoio, os partidos estão exigindo que ninguém do PT se manifeste contra – afirmou.

A atitude de Tião Viana foi "extremada" na concepção de Luciana. Incisiva, a deputada combateu o que chamou de falta de liberdade de expressão e defendeu o debate político:

– Isso é inédito no PT. Sempre houve ampla liberdade expressão. Agora por que o partido é governo isso vai mudar? – provocou. E foi adiante:

– Pode-se perceber por parte do governo, realmente, uma vontade de nos expulsar. E há por parte de um setor majoritário na executiva do partido o desejo de cumprir essa determinação do Planalto. Isso fere a democracia do partido. O PT tem o direito de mudar de opinião em relação às coisas que dizia antes. Mas não pode mudar assim: depois da eleição e sem nenhum debate democrático com seus filiados e ainda por cima expurgando aqueles que se recusam a aceitar essa mudança de forma autoritária.

Em tom mais ameno, Luciana garantiu se submeter à vontade do PT, desde que haja uma consulta junto aos filiados da sigla. A decisão, segundo ela, não cabe, apenas, à bancada, visto que a contribuição dos inativos, principal alvo dos ataques dos radicais, é contrariada historicamente pelo partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Alvo dos disparos governistas assim como o deputado federal João Batista de Araújo (PA) e a senadora Heloísa Helena, a gaúcha não se esquivou das investidas, colocando à prova a cadeira que ocupa no Congresso Nacional:

– Eu aceito qualquer acordo, qualquer mediação com a direção partidária, desde que isso não envolva o meu silêncio diante das discordâncias que tenho sobre a reforma da Previdência e sobre política econômica do governo.

Com informações da Rádio Gaúcha.

 
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