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O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, negou nesta quarta, dia 7, que o governo esteja "enquadrando" os parlamentares petistas que querem dificultar ou prolongar os prazos para a votação das reformas na Câmara dos Deputados.
Dirceu rebateu críticas recentes do deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA) de que o governo teria pressionado o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), sobre os prazos para votar as reformas.
– E ele (Aleluia) tem autoridade moral para isso? Eu não sei de onde ele tirou isso. Como eu posso enquadrar o presidente da CCJ? Como eu posso discutir prazo da CCJ? – disse Dirceu no Palácio do Planalto. – É que ele (Aleluia) está acostumado com esses métodos e pensa que nós aplicamos os mesmos métodos.
Greenhalgh havia sugerido que a reforma tributária ficasse por 45 dias na CCJ, o que poderia alterar o prazo de votação da Casa previsto pelo governo, que quer encerrar as votações em setembro. Após uma reunião com Dirceu na terça, Greenhalgh recuou, falando em 30 dias – ficando no meio termo entre os 15 dias anunciados na semana passada pelo líder do governo na Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB), e os 45 que havia sugerido.
– A reunião foi com os líderes da base, que formam a maioria na Câmara e a maioria na CCJ. É uma discussão que envolve todos os partidos, não há nenhuma determinação da Casa Civil em relação à essa ou aquela forma de votar. Os líderes discutiram e chegaram a uma posição que fiquei apenas sabendo depois – disse Dirceu.
O ministro disse ainda que Greenhalgh é "conhecido por sua independência no PT" e que todo mundo sabe que é "seu amigo pessoal" e que jamais teria esse tipo de comportamento com ele. Dirceu também negou que o Palácio do Planalto esteja fazendo força para trazer outros deputados para a base aliada.
– É público e notório que isso não é verdade. Agora, se os partidos têm dissidentes que querem apoiar o governo, você não pode colocar a culpa no governo por isso.
Ao ser perguntado se o governo ficou satisfeito com a saída dos deputados chamados de "radicais" – Luciana Genro (PT-RS), João Batista Babá (PT-PA) e Lindberg Farias (PT-RJ) – das comissões da Câmara, Dirceu disse, em um tom bem-humorado, que sempre foi radical.
– Mas eu sou radical também. Vocês não conhecem minha vida, minha história? Quem pensa que eu sou moderado vive de ilusões – disse o ministro.
Perguntado sobre posturas como a do senador Paulo Paim (PT-RS), que pretende apresentar propostas alternativas às apresentadas pelo governo, Dirceu deu a entender que vai aceitar apenas discussões que forem propostas pela oposição.
Do outro lado, o agora oposicionista PSDB resolveu também adotar uma prática petista e puniu nesta quarta dois deputados tucanos que defendem o apoio integral às reformas tributária e previdenciária enviadas pelo governo e ameaçam deixar o partido. Os deputados Osmânio Pereira (MG) e Salvador Zimbaldi (SP) foram afastados das quatro comissões que integravam na Casa.
– Quem quiser fazer adesismo pode sair, a porta do partido está aberta – afirmou o líder da bancada, Juthay Junior (BA) ao tomar a decisão.
O grupo dos tucanos rebeldes que chega a ter 12 parlamentares anda descontente com a condução da atual Executiva do PSDB, comandada pelo ex-deputado José Aníbal, tendo como secretário-geral Marcio Fortes, além do líder da bancada na Câmara. E reivindica a mudança no comando partidário.
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