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Mesmo antes de começar uma reunião do ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, com a bancada do PT na Câmara nesta segunda, dia 28, os ânimos entre integrantes do partido já estavam bastantes acirrados. Deputados defenderam, ao chegar para o encontro, que os chamados radicais sejam colocados na "geladeira" se continuarem criticando o governo.
A posição da corrente majoritária foi uma reação ao encontro de parlamentares petistas no domingo com o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, quando decidiram realizar atos públicos contra as reformas e anunciaram a intenção de entrar na Justiça contra a propaganda do governo sobre os projetos.
– Ninguém é marinheiro de primeira viagem. Se eles não cumprirem as regras do PT, estão automaticamente se desligando do partido e não falam mais em nome do PT – disse o deputado gaúcho Paulo Pimenta, seguindo a linha do presidente do PT, José Genoino, que já domingo falava em desligamento dos rebeldes.
O grupo majoritário, que tem cerca de 65 dos 92 deputados petistas, decidiu propor que os parlamentares contrários às propostas do governo não tenham cargos de liderança, vice-liderança, não assumam relatorias nem participem da reunião de coordenação política do governo.
– O que eles estão fazendo é um movimento contra o PT e o governo – disse o deputado paulista Professor Luizinho, vice-líder do governo na Câmara, referindo-se a alguns dos chamados radicais como "marginais do PT".
No fim de semana, a senadora Heloisa Helena e o deputado Lindbergh Farias encontraram-se com Brizola, cujo PDT já havia decidido se opor a taxação dos servidores inativos, que consta do projeto de reforma da Previdência.
A proposta do setor majoritário será encaminhada formalmente na reunião de coordenação política do PT na noite desta segunda, que deverá ter a presença do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. Apesar do endurecimento em relação aos radicais, os deputados governistas do PT dizem não querer a expulsão de parlamentares do partido para não transformá-los em "vítimas".
Já Lindbergh disse, ao chegar para a mesma reunião, que seu grupo pretende "ir até o fim" na ofensiva contra as reformas, especialmente a da Previdência. Reafirmou que considera ilegal o governo fazer propaganda com recursos públicos de uma proposta ainda não aprovada pelo Congresso.
– Essa propaganda trata o funcionário como um idiota e não fala dos pontos objetivos da reforma – disse Lindbergh.
Genoino reafirmou que o PT não abre mão da unidade partidária na hora de votar e que os parlamentares precisam arcar com as consequências de suas ações.
– O que nós não vamos aceitar é que deputados entrem na Justiça num ato unilateral. Esse é um rompimento com o PT e não do PT com eles – disse Genoino.
O ministro Berzoini, por sua vez, voltou a dizer que o governo defenderá suas medidas propostas para a reforma, como a taxação dos inativos, mas lembrou que o Congresso é soberano. No próprio domingo, Dirceu já havia admitido a possibilidade de negociar essa questão.
As informações são da agência Reuters.
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