Os pacientes do hospital psiquiátrico Al Rashad, de Bagdá, estão abandonados à própria sorte. Os médicos e enfermeiros e cerca de 200 pacientes deixaram o local, depois que saqueadores atacaram a instituição na semana passada.

A situação dos que ficaram é lamentável, apesar das doações de água potável feita pela Cruz Vermelha e do auxílio de uma mesquita que tem enviado alimentos para os internos. O paciente Hagop Armen Ouzonin declarou à Reuters que os saqueadores atacaram o hospital dois dias após a entrada das forças americanas em Bagdá. Os funcionários tentaram proteger os pacientes e a propriedade do hospital, mas foram derrotados pelo tamanho da multidão. Segundo ele, a maioria dos internos foi abandonada por seus parentes porque, no Iraque, considera-se que qualquer proximidade com pessoas mentalmente instáveis dá azar. 

– Eram centenas de pessoas. Elas levaram tudo, até mesmo as roupas de alguns dos pacientes – contou Ouzonin. 

Na sexta-feira, uma equipe da Reuters foi saudada calorosamente pelos pacientes, muitos dos quais aparentavam ser mais sãos do que as multidões de saqueadores que invadiram os prédios do governo na capital, numa orgia de pilhagem. Sons de tiros ainda podiam ser ouvidos do lado de fora do hospital, levando alguns pacientes a gemer e contorcer-se.

As informações são da agência Reuters.