O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, deu um ultimato ao presidente iraquiano, Saddam Hussein, na noite desta segunda, dia 17. No discurso de 13 minutos em cadeia nacional de televisão, Bush estipulou o prazo de 48 horas para que Saddam e seus filhos abandonem o poder no Iraque.

– A sua (de Saddam) resistência em deixar o Iraque irá resultar em uma ação militar quando acharmos apropriado – ameaçou Bush, lembrando que a decisão será dos países aliados.

A aceitação ao ultimato é a única forma de o presidente iraquiano evitar o ataque das tropas dos EUA e do Reino Unido que se encontram na região do golfo.

O presidente dos EUA abriu seu discurso tentando mostrar que o regime de Saddam Hussein teve 12 anos de diplomacia para alcançar o desarmamento pela via pacífica. Ele culpo o presidente iraquiano pelo fracasso das negociações:

– Não estamos lidando com um homem de paz.

Bush dirigiu-se diretamente ao povo iraquiano, dizendo que a guerra é contra os "homens sem lei" que governam o país, não contra eles. Em caso de guerra, os Estados Unidos irão suprir a população civil iraquiana com alimentos e outros artigos de necessidades básicas, garantiu Bush.

O presidente norte-americano criticou ainda a ação dos inspetores de armas da Organização das Nações Unidas (ONU) que, segundo ele, "não cumpriu com sua responsabilidade (de achar armas de destruição em massa)."

Bush recomendou que jornalistas internacionais e funcionários da ONU deixem o Iraque.

O presidente dos EUA revelou que os Estados Unidos, ao lado de outros países, planejam instituir um regime democrático após a destituição do presidente Saddam Hussein.

Antecipando-se ao pronunciamento de Bush, o ministro das Relações Exteriores iraquiano, Naji Sabri, afirmou nesta segunda que o ultimato não será aceito. Sabri disse a repórteres que "qualquer criança" no Iraque sabia que o ultimato do presidente Bush a Saddam não seria nem cogitado.

Nesta segunda, os Estados Unidos, o Reino Unido e a Espanha desistiram de tentar aprovar a segunda resolução proposta ao conselho de segurança da ONU para dar início a uma ação militar contra o Iraque. França e Rússia (ambos com poder de veto) disseram de forma explícita que vetariam a proposta de resolução autorizando o uso da força para desarmar o Iraque. A China, que também tem poder de veto, fez coro à rejeição do projeto.