| 12/03/2003 15h11min
A Grã-Bretanha disse nesta quarta, dia 12, que o presidente do Iraque, Saddam Hussein, precisa prometer na TV iraquiana abrir mão das supostas armas de destruição em massa estocadas pelo país. Essa é uma das seis condições apresentadas pelo governo britânico para que o Iraque não seja atacado.
Segundo Mike O'Brien, do Ministério das Relações Exteriores, as exigências que a Grã-Bretanha pretende anexar ao projeto de resolução sobre o Iraque seriam discutidas com os outros integrantes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
O'Brien disse que Saddam precisa declarar em cadeia nacional de TV que o país escondeu armas de destruição em massa das quais se livrará. O presidente também deve permitir que 30 cientistas iraquianos viajem com suas famílias para Chipre, onde seriam entrevistados por inspetores de armas da ONU.
O governo iraquiano deve ainda se livrar do antraz e de outros agentes químicos e biológicos e apresentar um relatório sobre as aeronaves não-tripuladas do país, capazes de disseminar agentes químicos sobre grandes áreas.
As demais providências são o comprometimento em desmantelar todos os mísseis proibidos e o de entregar todos os ''laboratórios móveis de produção de agentes químicos e biológicos'' para serem destruídos.
Saddam também poderia se ver obrigado a, em um futuro próximo, aprovar leis proibindo empresas estatais de fabricar armas proibidas.
No entanto, a exigência de que Saddam apresente um ''mea-culpa'' em cadeia nacional deve, por si só, mostrar-se excessiva para o dirigente. Esse fato levou membros pacifistas do Partido Trabalhista, do primeiro-ministro britânico Tony Blair, a perguntar ao governo em que sua lista diferia de uma declaração de guerra.
No mês passado, 122 parlamentares trabalhistas, mais de um quarto deles, votaram contra Blair na questão do Iraque. A oposição ao governo do premiê vem ganhando força e a crise pode acabar por derrubá-lo do poder.
No Conselho de Segurança, os EUA e a Grã-Bretanha contam com apenas quatro votos favoráveis ao projeto de resolução que autoriza o uso da força (os deles, mais o da Espanha e o da Bulgária). Para ser aprovado, o projeto necessita de nove votos e que ele não seja vetado por nenhum dos membros permanentes do órgão.
São membros permanentes, além dos EUA e da Grã-Bretanha, a França, a China e a Rússia. Esses três últimos já se disseram contrários à resolução. A Alemanha e a Síria também a rechaçam. Os outros seis integrantes do Conselho de Segurança (México, Chile, Paquistão, Camarões, Guiné e Angola) não declaram seus votos.
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