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Enquanto a participação masculina no mercado de trabalho brasileiro anotou uma queda de 0,9 ponto percentual de 1999 a 2001, no período, o ingresso de 500 mil mulheres no mesmo cenário contribuiu para um crescimento de 0,5 ponto percentual na participação feminina nas jornadas. Hoje, elas representam 41,9% da População Economicamente Ativa (PEA), e eles, que já representaram 58,6%, respondem pelos 58,1% restantes. Ainda assim, às vésperas do Dia Internacional da Mulher, as brasileiras não têm muito o que comemorar: compõem os maiores quadros de desempregados, percebem 35% menos do que os homens e atuam em mais de uma atividade semanalmente.
Porto Alegre, entre seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), registra o segundo maior tempo de trabalho feminino: em média, elas reservam 40 horas semanais para as atividades, indicador inferior somente ao de Recife, onde o trabalho feminino ocupa 41 horas por semana. Em Belo Horizonte, no Distrito Federal, em Salvador e em São Paulo tal média não supera as 39 horas.
A região metropolitana da Capital do Rio Grande do Sul assinala o maior disparate antre as taxas de desemprego de homens e de mulheres: 48%. Em contrapartida, é nessa faixa do país onde o número de mulheres que se encontram na força de trabalho é inferior aos 20%, não passando dos 18,2%. Em Salvador, cidade na qual o indicador se mostra mais elevado a cifra de desempregadas chega a 30,2%. A explicação para tais configurações do mercado são os pólos de trabalho. Segundo o Diesse a melhor estruturação da indústria e a formalização vista em Porto Alegre dificultam o acesso das mulheres às vagas da região, fato não observado na capital baiana, onde a informalidade facilita a conquista de empregos por elas.
Entre as mesmas capitais pode-se, também, observar as diferenças mais significativas na taxa de desemprego entre jovens de 16 a 24 anos. A capital gaúcha registra o menor indicador, 22,4%. Salvador, na contramão, amarga o pior resultado entre as seis regiões pesquisadas pelo Dieese: lá, 39,8% dos trabalhadores nessa faixa etária não têm espaço no mercado.
A pesquisa apresentada nesta sexta, dia 7, pelo Dieese revela ainda que Recife é a capital que pior remunera as mulheres, com um salário médio de R$ 494 mensais, comparado com um salário médio de R$ 678 para os homens. Os melhores salários são pagos em São Paulo, com média de R$ 630, frente a R$ 962 para os homens.
Em 2002, dados preliminares indicam que a participação das mulheres atingiu cerca de 45% da PEA. Os dados para o total do país, no entanto, só serão divulgados pelo instituto em julho deste ano.
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