Os ministros Chefe da Casa Civil, José Dirceu, e da Fazenda, Antônio Palocci, discutiram por cerca de duas horas as reformas da Previdência e tributária com o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, no Palácio dos Bandeirantes. Ao término da reunião, Dirceu afirmou que trouxe ao governador uma mensagem do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no sentido de manifestar a preocupação do governo federal quanto ao encaminhamento das mudanças.

– É imprescindível, urgente e necessário realizar as reformas – enfatizou Dirceu.

Ele também disse que as dificuldades são muitas e o cenário internacional, com a iminência de um ataque dos Estados Unidos contra o Iraque, não está ajudando. O ministro justificou o encontro com Alckmin antes da reunião que ocorrerá, nos próximos dias 21 e 22 entre Lula e os governadores do PSDB, afirmando que São Paulo tem uma importância política no contexto por ter a maior bancada no Congresso Nacional.

Dirceu observou que há um interesse comum em fazer as reformas que "não são fáceis, mexem com muitos interesses, direitos e privilégios". O governo, segundo ele, tem consciência disso, mas trabalha com a expectativa de que as reformas estejam definidas ainda neste ano e, de preferência, ainda no primeiro semestre.

– É impensável a definição sem debates, mas é preciso tomar decisões por mais duras que sejam – afirmou o Chefe da Casa Civil.

Na sua avaliação, das discussões havidas até o momento, há mais convergências do que divergências. Quanto à polêmica em torno do regime único do sistema previdenciário, Dirceu voltou a reiterar que não houve recuo do governo sobre a questão. O problema em jogo, de acordo com ele, é a forma como poderá ser conduzida essa unificação em que o regime seria igual para servidores do setor público e da iniciativa privada. As informações são da Agência Brasil.