Quando entrar em campo contra o Vitória, domingo, Clemer completará 350 jogos pelo Inter. Será o 14º jogador que mais vestiu a camisa do clube. E no que depender dele, encerrará a carreira entre os 10 primeiros.

Prestes a completar 40 anos, faz aniversário em 20 de outubro, Clemer garante ter condições físicas para seguir atuando. A direção ainda não fala a respeito do assunto. Questionado, o vice de futebol Giovanni Luigi afirmou que a renovação de contrato dos jogadores será discutida quando o Brasileirão terminar ou estiver nas rodadas finais. Porém, o presidente Vitorio Piffero demonstrou, em conversa informal, interesse em contar com o veterano goleiro no Centenário.

– Acertamos verbalmente isso. Foi a palavra que ele (Piffero) deu. Renovaria mais um ano de contrato – assegurou Clemer.

Apesar do acordo com o presidente, o próprio Clemer não dá como certa a permanência. Sabe que mudanças podem ocorrer no final da temporada. Não apenas pela eleição presidencial em dezembro. Uma eventual mudança na comissão técnica pode tirá-lo do posto de número 1 ou descartá-lo dos planos para 2009.

– Não tenho projeção de quantos anos ainda jogarei. Isso só o tempo vai dizer – resumiu.

Se 2008 for o último ano de sua carreira, Clemer deixa o Beira-Rio com a consciência tranqüila. Quando chegou ao Inter, em 2002, passou momentos difíceis. Lutou até a última rodada daquele Brasileirão para não cair. Nas ruas, ouvia apelos dos torcedores carentes de títulos recentes.

– Só se falava em Grêmio. O Inter vivia de três títulos nacionais dos anos 70, mais a Copa do Brasil de 92. Isso para o torcedor era doído. A gente era cobrado – lembrou.

O goleiro se orgulha de protagonizar a mudança da história. Valoriza não apenas a chamada Tríplice Coroa (Libertadores, Mundial e Recopa). Enaltece também os quatro Estaduais (2003, 2004, 2005 e 2008) e a vitória na Copa Dubai, no início do ano. Ganhar a taça do Brasileirão é a principal motivação que tem para seguir no clube em 2009. O episódio da anulação de 11 partidas pelo STJD em 2005, ano em que o Corinthians sagrou-se campeão, é a grande mágoa dos anos vividos em Porto Alegre:

– Falta só o Brasileirão, que já era para ter vindo. Um foi praticamente tirado da gente.

Para ele, mais do que marcas ou recordes pessoais, será lembrado pelos títulos conquistados. Apesar de não ser uma unanimidade entre os colorados, acredita que deixou seu nome marcado na história no clube. Ao invés de críticas, garante escutar felicitações pela carreira construída no Estado. Reconhecido pelos profissionais que trabalham com ele.

– Clemer é um símbolo de vitórias do Inter. Um campeão do mundo identificado com o clube – resumiu o técnico Tite.

Quem mais jogou pelo Inter
1º) Valdomiro 712 jogos
2º) Bibiano Pontes 524
3º) Dorinho 463
4º) Luís Carlos Winck 457
5º) Claudiomiro 424
6º) Gainete 406
7º) Mauro Galvão 396
8º) Falcão 392
9º) Bráulio 386
10º) Carlitos 384
11º) Jair 380
12º) Tovar 355
13º) André Luís 352
14º) Clemer 349
15º) Silvinho 332
Fonte: Fonte: Cláudio Dienstmann