O Gre-Nal terá gosto de despedida para três jogadores da dupla Gre-Nal. Em vias de transferência para o Exterior, os gremistas Leo e Eduardo Costa e o colorado Alex podem viver pela última vez a emoção de disputar o clássico. Ontem mesmo, no Beira-Rio, foi confirmada a saída do zagueiro Sidnei para o Recreativo Huelva, da Espanha. Nem jogará o clássico.

Dia 31 de julho, Eduardo Costa deverá se reapresentar ao Espanyol, de Barcelona. O futuro poderá ser em Portugal ou na França. Mas Eduardo Costa não encara o Gre-Nal como o último de sua carreira.

— Quem sabe eu não volto para o Grêmio algum dia? Não dá para prever nada em futebol — sorri o volante.

Sua história em Gre-Nais é longa. Eduardo Costa perdeu a conta dos que foram disputados pelas categorias de base. Como profissional, "foram uns seis ou sete". E, pelas suas contas, nenhuma derrota. O primeiro, em 2000, no Beira-Rio, foi o famoso clássico apitado por Leonardo Gaciba em que Ronaldinho conduziu a bola com a mão antes de fazer o gol. O jogo ficou no 1 a 1. 

— Se for mesmo o último, tomara que seja com vitória. O prazer de ganhar um Gre-nal é único. Fortalece e dá confiança para a equipe no resto do campeonato — diz.

Praticamente negociado com um clube europeu, Leo também evita o tom nolstálgico ao falar de Gre-Nal. Como ainda não sabe a data de sua saída, projeta participar dos dois clássicos pela Sul-Americana, marcados para o mês de agosto.

— Só Deus sabe se este será o último. Na verdade, ainda nem tinha pensado nisso — afirma.

Apesar dos constantes rumores, Alex garante que o Gre-Nal não será a sua despedida do Inter. Se o futebol espanhol está mesmo disposto a pagar 8 milhões de euros para tirá-lo do Beira-Rio, ele não sabe. A cada notícia veiculada sobre clubes interessados em seu futebol, Alex liga para o empresário Luís Carlili, que o acompanha desde a época do Guarani, em Capinas (SP). Tudo para não entrar em campo com dúvidas sobre esse assunto.

— Se o Alex errar um pênalti, um passe, não é porque está com a cabeça em negócios. Não dá para levar para esse lado. O pessoal conhece meu profissionalismo — argumenta.

Especulações sobre a transferência dele ocorrem desde o ano passado, quando surgiram informações de que o Trabzonspor, da Turquia, queria contratá-lo. Depois do bom desempenho no Gauchão 2008, quando Alex marcou 13 gols (na temporada são 18) e foi eleito o melhor jogador em atividade do Brasil em pesquisa do Jornal da Globo, os turcos fizeram nova investida. O meia recusou: 

— Não é o que quero para mim.

Ontem, Alex afirmou que sua vida e realidade, no momento, são o Inter. A declaração é corroborada pela política do clube comparada com o outro jogador que realmente vai embora. Comprado pelo grupo português Gestifute por 7 milhões de euros, Sidnei só correu ao redor do gramado suplementar. O zagueiro viaja ainda essa semana para a Espanha e nem assistirá ao clássico.

Já Alex treinou forte entre os titulares e manteve a rotina após o trabalho. Foi o último a chegar ao vestiário porque passou mais de 10 minutos dando atenção aos torcedores que assistiam ao treinamento comandado por Tite junto à cerca. Sua cabeça está focada no clássico e ele desconhece interesse europeu. Mas é cético ao projetar o futuro:

— Se chegar negócio, a gente senta, conversa, e a diretoria, junto com os meus representantes, decidem isso aí.


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