Está faltando brilhantismo à Seleção. O time de Dunga nem se aproxima o futebol que encheu os olhos dos brasileiros em 2002 e conquistou a Copa do Mundo da Alemanha. Neste domingo, pela quinta rodada das Eliminatórias da Copa de 2010, derrotado por 2 a 0 para o Paraguai, perdeu a invencibilidade e a quarta posição, agora da Venezuela, com nove pontos — um a mais que o Brasil e quatro a menos que o líder Paraguai.

— Fizemos um partida estranha — definiu Luís Fabiano na saída de campo.

Os gols do jogo

Dunga escalou a Seleção com três volantes, propondo-se a jogar nos contra-ataques. Mas faltou vontade e velocidade. Gilberto Silva, Josué e Mineiro estiveram excessivamente recuados. Maicon e Gilberto não apoiaram. Robinho e Luís Fabiano acabaram isolados, tanto que tiveram apenas uma chance de gol em todo o primeiro tempo. Aos 32 minutos, quando o time já perdia por 1 a 0, Luís Fabiano invadiu a área trombando com a marcação e conseguiu finalizar. Villar espalmou nos pés de Robinho, que bateu para nova defesa.

Mesmo a experiente zaga, formada pelos afirmados Lúcio e Juan, não esteve bem. Embora tenha falhado poucas vezes, errou em momento crucial. Aos 25 minutos, depois de cobrança de escanteio, Cabañas desviou de calcanhar, e Roque Santa Cruz, sem marcação na pequena área, escorou para a rede. O gol coroou o maior volume de jogo do Paraguai na primeira etapa.

No intervalo, Dunga colocou Anderson no lugar de Josué. Aos dois minutos, o lateral-direito paraguaio Veron cometeu falta dura e foi expulso. O Brasil não teve tempo para se aproveitar da superioridade numérica. Em contra-ataque rápido aos três minutos, Roque Santa Cruz invadiu a área pela esquerda e bateu cruzado. Júlio César defendeu parcialmente, mas a bola sobrou parta Cabañas dentro da pequena área, que marcou com um chute forte.

Dunga trocou Mineiro por Adriano e Diego por Júlio Baptista, o que não resolveu a falta de entrosamento do ataque brasileiro. Pela esquerda, Anderson e Gilberto empilharam bolas na área, mas levantadas da intermediária, facilitando o trabalho dos zagueiros paraguaios. Perigosos, apenas dois chutes de longe, um de Maicon aos 19 e outro de Anderson 10 minutos depois.

Quase no final da partida, a torcida ecoou gritos de "fora Dunga" e "burro, burro". O treinador passa pelo seu pior momento em quase dois anos no comando da Seleção. Terá chance de recuperar a confiança na próxima quarta-feira, às 21h50min, no Mineirão, contra a Argentina.

Os melhores momentos

Primeiro tempo
23 min - Cabañas recebe bola pelo meio, depois de furada de Gilberto, domina e bate rasteiro na trave.
25 min - Gol do Paraguai. Depois de cobrança de escanteio de Barreto, a bola desvia em Cabañas e sobra para Roque Santa Cruz no segundo pau. O atacante só encosta para a rede.
32 min - Luís Fabiano entra trombando na área e consegue a finalização. Villar espalma, Robinho pega o rebote e o goleiro defende outras vez.

Segundo tempo
3 min - Gol do Paraguai. Em contra-ataque rápido, Roque Santa Cruz recebe pela esquerda, invade a área e bate cruzado. Júlio César defende parcialmente, mas a bola sobra parta Cabañas dentro da pequena área, que chuta forte com o gol aberto.
10 min - Lúcio e Juan batem cabeça, a bola sobra para Cabañas, que bate na trave. No rebote, Roque Santa Cruz chuta fraco, rasteiro, e Maicon afasta quase em cima da linha.
19 min - Maicon bate de fora da área. A bola passa à direita do gol de Villar.
29 min - Villar defende chute forte de Anderson.

Ficha técnica
Paraguai  (2)
Verón; Villar, Cáceres, Da Silva e Caniza; Vera, Santana, Victor Cáceres (Valdez, 6'/2ºt) e Valdez; Cabanas (Torres, 28'/2ºt) e Santa Cruz (Oscar Cardozo, 36'/2ºt).
Técnico: Gerardo Martinez.

Brasil (0)
Júlio César; Maicon, Lúcio, Juan e Gilberto; Gilberto Silva, Mineiro (Adriano, 14'/2ºt), Josué (Anderson, int) e Diego (Júio Batista, 24'°/2ºt); Robinho e Luis Fabiano.
Técnico: Dunga

Gols: Santa Cruz, a 25 minutos do primeiro tempo. Cabañas, a 3 minutos do segundo tempo. Cartões amarelos: Veron, Cáceres (P), Juan (B). Expulsão: Veron (P). Arbitragem: Jorge Larrionda (URU), auxiliado por Pablo Fandiño e Mauricio Espinosa. Local: Estádio Defensores del Chaco, em Assunção.