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O trânsito em rodovias estaduais e federais em 2002 foi o mais letal desde 1998 no Rio Grande do Sul.
O levantamento produzido pelas polícias rodoviárias Federal (PRF) e Estadual (PRE) indica que 746 pessoas morreram na estrada no último ano, 7,3% a mais que no ano anterior - a maior taxa de crescimento desde a implantação do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), em 1998. Não bastasse a tragédia das mortes, uma legião de 10 mil pessoas acabaram feridas em acidentes no Estado.
Em média, duas pessoas morreram por dia em rodovias federais e estaduais do Rio Grande do Sul. A estatística foi obtida sem que fossem contabilizados os dados do trânsito urbano e indicam o segundo maior número de mortos desde a implantação do CTB. Em 1998, 753 pessoas morreram - 19,2% a menos que no último ano antes da entrada em vigor da legislação - o recorde dos seis anos (veja o gráfico com a evolução das mortes). Em 2002, ocorreram 9.127 acidentes em rodovias federais e 9.138 em estaduais. Todos os índices
levam
autoridades de trânsito a temer que o CTB tenha caído em descrédito.
Para a PRF, uma conjunção funesta ajuda a explicar a elevação do número de mortes. Segundo Juarez Alves Fraga, chefe de Policiamento e Fiscalização, condutores e pedestres estão mergulhando o CTB no limbo das leis ineficazes. Para Fraga, o desrespeito à sinalização e aos limites de velocidade tem sido fatal. Prova disso seria o horário em que as mortes ocorrem: em geral, em momentos de baixo fluxo de veículos, quando os imprudentes elevam a velocidade de tráfego. Nem pardais ofereceriam mais resistências.
Da hipótese de descrédito do CTB compartilha Luiz Carlos Bertotto, ex-diretor-presidente da Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC) de Porto Alegre. Bertotto entende que no ano de 2002 disputas políticas puseram em questão a fiscalização do trânsito e a eficiência dos controladores eletrônicos de velocidade. O resultado prático teria sido o relaxamento em relação ao respeito à lei:
O presidente do
Detran, Carlos Ubiratan dos Santos, é voz dissonante quanto ao descrédito do CTB. Ubiratan acredita que o aumento do número de veículos em circulação, o péssimo estado de conservação de rodovias e o atraso de obras de reforma inadiáveis - como a duplicação da BR-101 -, além do despreparo dos motoristas e da inexistência de um serviço de inspeção veicular eficiente são os motivos do aumento das mortes.
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