| 13/05/2008 04h45min
São Paulo - A conjetura que me surpreende na redação do Sportv é saber-se quem deve ser finalista do Brasileirão. Muitos são citados, nenhum com preferência. Percebo que o Inter, que ganhou do Vasco com um time genuinamente de reservas, não tem indicação, mas é flagrante que está merecendo uma consideração especial. Mas há muitos que merecem essas considerações, o Coritiba, por exemplo. Presto atenção: foram os dois gols maravilhosamente conduzidos a drible e troca de passes. Também achei, disse no Sala, exagerando que talvez não vá ocorrer dois gols iguais num mesmo jogo. Dribles e passes em progressão é treino e entendimento. Mas sempre se deve cogitar que não é muito fácil combinar essas excelências na correria do campo e da marcação dos adversários.
O Campeonato Italiano, com a protelação do título, que deverá ser da Inter, dá os ares do que vai acontecer aqui. Há mesmo 10 candidatos ao título, não menos. E como é mesmo que dois ou três vão se destacar em julho, vão baixar em
setembro, talvez
não levantem mais em novembro/dezembro, ninguém pode sequer suspeitar. É toda a graça do Brasileirão, seu profundo caráter indecifrável. Embora ninguém se iluda e admita que um time fora do grupo seleto possa ser campeão.
E quantos somos assim selecionados?
Dez, não menos do que 10.
Prerrogativas
Abel se segura e tudo indica que não vai anunciar o time. Já disse que só fala do time na hora do jogo. É uma prerrogativa do técnico, de todo o técnico. O time com sua formação pode ser uma pequena vantagem a ser decifrada pelo técnico adversário em meio ao jogo. Pode, mas nem sempre é assim. Afinal, todo mundo sabe tudo sobre todo mundo. E o time do Inter foi se escalando no domingo.
Sidnei e Titi serão os substitutos de Índio e Marcão. Foram magníficos contra o Vasco, jogaram com autoridade e, o que mais gostei, com naturalidade. São as duas vagas, não há mais ou não deve haver.
Mas o jogo é especialmente complicado. Guiñazu deveria jogar mais solto.
Pode estar entrando aí Ji-Paraná, que foi muito elogiado por Abel, e com justiça. São as prerrogativas do técnico.
Semana
As vitórias também servem como trégua, novo entendimento, protelação e crédito, renova a conversação, deve servir também para baixar o ânimo beligerante e hostil, talvez até admita uma mudança de opinião, que opinião é o que mais se tem na praça. O Grêmio ganhou a semana livre de tantas especulações. Firmou com a vitória em São Paulo um goleiro convincente e finalmente confiável, o alto e decidido Victor, reafirmou o zagueiro Réver, promoveu o garoto Helder e renovou a confiança em Roger. É bastante, quase suficiente se não se pedisse com tanta insistência um centroavante. Mas convenhamos é uma outra semana.
Tarcísio Filho
A primeira vez que conheci Tarcísio Filho foi num armazém do cais do porto. Ele lia demoradamente um texto de muitas folhas, lia num canto, arredado do
movimento, recostado numa caixa, os pés estendidos, e ele
quieto, sem olhar para o lado, só para o papel. Tratei de cumprimentá-lo. Ele foi gentil, levantou-se, perguntou duas coisas, eu respondi que estava ali para participar do mesmo filme, uma ponta mais cerimoniosa do que indispensável, no filme com base numa história divertida do Taylor Diniz. Entrei no estúdio e não pude vê-lo mais, a Ingra Liberato tomava conta de mim e da cena. Nessa quinta-feira, no Cult, excepcionalmente, vou entrevistá-lo no Encontros com o Professor. É um jovem ator de muito prestígio. Talvez retome nosso diálogo, não sei.
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