| 21/03/2008 14h38min
O governo do Japão apelou à China e aos líderes tibetanos que abram um diálogo, na seqüência dos incidentes registados no território autônomo chinês, segundo informou a Agência Lusa. Na semana passada, o Tibete registou incidentes de grande violência por ocasião do aniversário da revolta tibetana de 1959 contra a presença chinesa.
— O Japão apreciaria que ambas as partes iniciassem um processo de diálogo sem condições prévias para melhorar a situação — declarou nesta sexta-feira o porta-voz do governo japonês, Nobutaka Machimura.
Entenda a revolta do Tibete contra a China
O Dalai Lama, líder espiritual dos budistas tibetanos, afirmou na quinta-feira estar disponível para um encontro com o presidente chinês, Hu Jintao, se receber "indicações concretas"
de que Pequim deseja dialogar.
O governo chinês
anunciou a sua recusa de conversações com o Dalai Lama, apesar das crescentes pressões internacionais para que Pequim dialogue com o líder tibetano no exílio.
Qin Ganag, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, reiterou a posição de Pequim de que o Dalai Lama é um "falso e hipócrita" líder religioso que quer a independência do Tibete.
— O Dalai Lama deve desistir da sua exigência de um Tibete independente, acabar com as suas atividades separatistas e reconhecer que o Tibete é parte da China e que o governo da República Popular da China é o único governo legítimo — disse Qin Gang.
O Japão, que procura melhorar as suas relações com a China após anos de tensão sob o mandato do primeiro-ministro Junichiro Koizumi (2001-2006), tem evitado intervir na questão tibetana.
Ao contrário dos países ocidentais, os líderes japoneses nunca receberam oficialmente o Dalai Lama, que faz viagens freqüentes ao Japão para se
encontrar com os budistas nipônicos.
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