Sensibilizada com os maus-tratos sofridos por um casal de felinos que se recupera no Criadouro Conservacionista São Braz, a estudante Luíza do PradoVeppo Prolla, nove anos, tomou uma decisão: adotar um dos animais e garantir parte de sua alimentação.

O tigre-de-bengala Taba e a leoa Milka chegaram ao local em 2 de fevereiro depois que o Ministério Público de Panambi confirmou denúncias de maus-tratos contra por eles cometidas pelo Circo Búfalo Negro, ao qual pertenciam. Os felinos estavam desnutridos e com baixo peso.

A madrinha doará a mesada que ganha do pai para pagar a alimentação de Taba. Além disso, ela vai acompanhar o crescimento do afilhado. Com 15 anos, o tigre come de 25 a 30 quilos de carne a cada refeição.

—Eu estava em dúvida se adotaria o Taba ou a Milka e só decidi quando vi os dois. Gostei mais do tigre — conta Luíza.

Além de debilitado, o tigre tem um comprometimento renal. O problema foi descoberto por técnicos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que foram ao criadouro examinar os felinos. Para Milka, a notícia é ainda pior. Os exames constataram que ela está com um câncer no nariz.

Para poder ficar com os felinos, o criadouro terá de se adaptar às normas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que exige espaço maior e mais seguro para os animais. As reformas necessárias para o projeto de adaptação custam, em média, R$ 30 mil e o dono do criadouro, Santos Braz, conta com a ajuda da comunidade. O casal de zootecnistas Naíme de Barcellos Trevisan e Alexandre Coradini Fontoura da Silva já fizeram a sua parte, doando tijolos.

Adoção

Qualquer pessoa pode adotar um animal do criadouro e pagar toda ou parte de sua alimentação. Os animais que esperam por padrinhos são a leoa Milka, gaviões, papagaios, serpentes, araras, tucanos, ratão-do-banhado, macaco-prego, marreco, javali e porco. Para adotar ligue para (55) 3026-8925 e 9967-7707.