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Apesar de perplexos com a decisão de última hora do PT de finalizar a composição do ministério sem o PMDB, integrantes da cúpula peemedebista asseguram que o fracasso da coalizão não impedirá o partido de votar a favor de reformas estruturais durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Matematicamente, declararam os peemedebistas, quem perdeu foi o PT. O líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), afirmou que o acordo "não deu certo pela disputa interna das correntes do PT". Segundo Geddel, o futuro ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, foi desautorizado como articulador político e o gesto do PT revela que prevaleceu a ala radical do partido que, na opinião do parlamentar, reivindica cargos e espaço no governo sem preocupação com a coalizão.
Já a cúpula petista devolveu a responsabilidade pelo fracasso do acordo ao PMDB.
– As reivindicações feitas pelo PMDB exigiriam o remanejamento das alianças que tivemos com os partidos de apoio no primeiro e no segundo turnos – justifica o presidente do PT, José Genoino.
Apesar do ônus político da decisão do PT, que não terá mais o quórum de três quintos (308 deputados e 49 senadores) para aprovar as reformas estruturais, o PMDB assegura que está mantido o acordo institucional sobre as presidências da Câmara e do Senado a partir de fevereiro de 2003, com um petista e um peemedebista à frente de cada uma das Casas, respectivamente.
Geddel negou que o partido possa integrar um bloco com o PSDB e o PFL para desbancar o PT da presidência da Câmara.
– PMDB tem o saudável hábito de manter acordos. Isso não é ironia nem recado para ninguém, mas se servir a carapuça – disse o líder do partido na Câmara.
Segundo Geddel, o próximo presidente não terá a governabilidade ameaçada porque o PMDB está disposto a apoiar o futuro governo nas votações de interesse nacional, como as reformas tributária e previdenciária.
Perguntado se a indicação de Pedro Simon (PMDB-RS) teria sido a gota d'água para fim do acordo, já que os petistas do Sul não aceitaram o gaúcho que ficou ao lado de José Serra (PSDB) durante a eleição presidencial, Geddel reagiu com ironia.
– O Pedro Simon não pode ser problema para nada, ele é a solução. Ninguém pode se prender a nomes. Portanto, se não queriam os (nomes) que demos, poderiam pedir outros. O PMDB cedeu, buscou a unidade interna, mas assistiu, perplexo, o Simon, o Hélio Costa, e o Amir Lando serem substituídos não por Thomas Edson (inventor da lâmpada elétrica), e sim pela senhora Dilma não sei quantas, com todo respeito – disse.
Nesta sexta, Lula anunciou a petista Dilma Rousseff como futura ministra das Minas e Energia, pasta que estava sendo negociada com o PMDB.
De acordo com a assessoria do senador Simon, o peemedebista nunca cogitou ocupar um ministério pois sempre defendeu o apoio do partido ao próximo governo na votação das reformas, sem a ocupação de cargos no primeiro escalão.
O governador eleito do Paraná Roberto Requião (PMDB) tem a mesma opinião de Simon. Em nota divulgada nesta tarde, Requião afirma que "um partido dividido, que ainda não conquistou a unidade interna, não pode participar do ministério".
Desde a eleição, Requião e outros peemedebistas, como o governador eleito do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, alegam que um apoio ao governo Lula em troca de cargos seria fisiologismo, já que o partido oficialmente apoiou o PSDB na eleição presidencial.
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