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 | 29/01/2008 19h21min

FMI reduz previsão de crescimento mundial para 2008

Comparação é com o ano anterior, quando a taxa alcançou 4,8%

O FMI anunciou nesta terça-feira sua previsão de crescimento mundial para 2008, em 4,1%, menor que os 4,8% de 2007 por causa da "tensão" e da "incerteza" que tomaram conta dos mercados financeiros. Nos Estados Unidos, a fonte de atribulação no âmbito mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) constatou que os problemas no setor imobiliário foram ampliados para o resto da economia, fazendo o setor manufatureiro, o emprego e o consumo perderem dinamismo.

Por isso, a entidade reduziu sua previsão de crescimento para os EUA de 2,2% para 1,5% em 2008. Este novo número considera os previsíveis efeitos de um plano de estímulo fiscal que o Congresso prevê aprovar nas próximas semanas, disse em entrevista coletiva Simon Johnson, economista-chefe da instituição financeira.

A zona do euro sofrerá um golpe similar, segundo avaliação do FMI, pois sua economia em 2008 aumentará 1,6%, ao invés dos 2,1% que a entidade tinha previsto em seu cálculo anterior, em outubro de 2007. Por outro lado, a entidade manteve sua previsão de que a América Latina crescerá 4,3% este ano, após a economia da região encerrar 2006 com um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5,4%, meio ponto percentual a mais que o que o FMI tinha previsto em outubro.

Apesar da diminuição de suas previsões, a entidade reconhece que corre riscos ao ser excessivamente otimista, pois existe o perigo de que as turbulências financeiras reduzam ainda mais a demanda nos países avançados e atinjam economias em desenvolvimento que por enquanto evitaram o temporal. Ao mesmo tempo, a inflação aumentou em nível mundial, o que faz com que as autoridades monetárias enfrentem a "difícil tarefa" de equilibrar, por um lado, perigos associados com o aumento de preços e, por outro, com a desaceleração econômica, diz o Fundo.

Johnson lançou um alerta específico sobre as pressões inflacionárias na zona do euro, que considerou "um problema grave". Isso o faz considerar correto que o Banco Central Europeu (BCE) mantenha as taxas de juros sem mudanças.

Nos mercados financeiros, a instituição ainda não vê a luz no fim do túnel. Uma desaceleração mais acentuada nos EUA poderia fazer com que a restrição do crédito constatada no setor imobiliário contagiasse o restante da economia, informou o FMI.

Na Europa, Johnson afirmou ser "possível que a qualidade do crédito se degrade, pelo fato de a atividade creditícia ter sido muito dinâmica e em vários países o mercado de imóveis ter sido considerado supervalorizado", embora não tenha entrado em detalhes sobre quais correm maior perigo. Reino Unido, Irlanda e Espanha são os países do Velho Continente nos quais mais cresceram os valores imobiliários nos últimos anos.

EFE
 
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