| 24/01/2008 10h21min
A Vale enfrenta uma dificuldade extra para conseguir fechar o empréstimo-ponte de US$ 50 bilhões (R$ 90 bi) para financiar parte da aquisição da mineradora anglo-suíça Xstrata. O diretor financeiro da Vale, Fábio Barbosa, está em Londres, nesse momento, negociando com um grupo de 10 a 12 bancos. A instabilidade do mercado financeiro global tornou ontem as negociações ainda mais tensas, segundo fontes próximas às negociações.
Os bancos estão impondo condições para aceitarem uma operação desse porte nesse momento crítico do sistema financeiro internacional. A condição é a de que a Vale admita no acordo uma cláusula a partir da qual seja elevado o juro caso perca o grau de investimento numa revisão das notas da companhia pelas agências de avaliação de risco. Além disso, a Vale teria de fazer uma emissão de US$ 10 bilhões (R$ 18 bi) em ações preferenciais (PN, sem direito a voto) para reforçar seu capital caso sofresse o rebaixamento de sua classificação de risco.
A
avaliação do mercado
financeiro é que uma operação da magnitude da compra da Xstrata amplia muito o endividamento da companhia e muda todos os parâmetros de avaliação financeira da mineradora. Hoje, os indicadores são muito positivos, como, por exemplo, um nível de endividamento total equivalente a 1,2 vez a geração de caixa, um múltiplo considerado muito confortável.
Ao mesmo tempo em que Barbosa negocia com os bancos em Londres, o presidente da Vale, Roger Agnelli, atua no campo político. O executivo corre para convencer os controladores da companhia a aceitar o negócio. Ele negocia com sócios como o Bradesco e a Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), para tentar ganhar apoio para a proposta pela Xstrata. Agnelli quer levar a proposta de uma oferta formal pela Xstrata à reunião do Conselho de Administração da Vale marcada para o fim do mês.
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