| 19/01/2008 18h19min
A senadora democrata e pré-candidata à Presidência dos Estados Unidos Hillary Clinton se comprometeu neste sábado a lutar por uma reforma migratória integral "desde o primeiro dia" em que chegar à Casa Branca e, para isso, pediu o apoio dos hispânicos, "não por uma questão de fé", mas por sua trajetória.
Em entrevista concedida por telefone à Agência Efe, por ocasião da realização hoje do caucus (espécie de assembléia) de Nevada, estado com 23% de população latino-americana, Hillary reiterou que ela é a melhor opção para os interesses dos hispânicos que vivem e trabalham nos EUA.
— Farei tudo o que for possível para aprovar uma reforma migratória integral. Começarei desde o momento da minha posse e não descansarei até corrigir o sistema de imigração — disse a pré-candidata que está em Las Vegas, em Nevada.
— Não estou pedindo às pessoas que me aceitem só por uma questão de fé, mas porque vêem minha trajetória e o que fiz durante 35 anos —
enfatizou a ex-primeira-dama.
A
senadora se disse "muito orgulhosa" de seus 35 anos de ativismo junto à comunidade latino-americana, desde seu primeiro trabalho político em Chicago inscrevendo eleitores "até as boas relações com muitos líderes hispânicos em Nova York".
— Serei uma presidente que escuta, que se preocupa e que luta a favor dos latinos nos EUA — prometeu. As enquetes mostram que a disputa entre ela e seus dois principais rivais - o senador Barack Obama e o ex-senador John Edwards - não está fácil.
O caucus de Nevada será um teste para as estratégias dos candidatos para conquistar o voto dos hispânicos nas primárias da Flórida, no dia 29 de janeiro, e em grande parte dos 22 estados onde acontecerá a "Super Terça", no dia 5 de fevereiro.
Voto hispânico pode alcançar até 12% do eleitorado nacional
Tanto Hillary quanto Obama investiram muito tempo e dinheiro em Nevada, onde os hispânicos representam aproximadamente 23% da
população e 11% do eleitorado. Os números mostram que estes
eleitores não podem ser ignorados pelos aspirantes em disputa na campanha, que acontece nas cafeterias, fábricas, restaurantes e nos bairros residenciais das classes médias e trabalhadoras dos EUA.
A senadora por Nova York fez uso da imprensa em espanhol para se aproximar do voto hispânico, que este ano pode alcançar até 12% do eleitorado nacional, de acordo com uma pesquisa da empresa Zogby.
Longe dos corredores do Congresso, Hillary parece muito à vontade no programa de rádio do Piolín, em Los Angeles, comendo tacos em um bairro da cidade, ou conversando com cidadãos em um restaurante mexicano em Las Vegas.
As visitas, nas quais ela aproveita para falar sobre imigração e sobre a crise imobiliária, são parte de uma estratégia para mostrar o carisma de Hillary e acabar com a imagem de que é "fria e centralizadora".
É uma estratégia que funcionou em 2000, quando foi escolhida como senadora por Nova York e entrou para a história como
a única ex-primeira-dama a chegar eleita para um
cargo público. Hillary reiterou hoje seu desejo de dar às pessoas uma forma de legalizar suas situações, caso cumpram as condições, como pagar multas e impostos atrasados, aprender inglês e "esperar sua vez na fila".
As medidas são propostas de um plano de reforma migratória que não prosperou no Congresso americano em 2007, devido a disputas ideológicas entre democratas e republicanos sobre a imigração ilegal.
A pré-candidata apóia a maior vigilância fronteiriça e sanções para empresas que "exploram os trabalhadores imigrantes ilegais". No entanto, ela afirma que há espaço para legalizar boa parte dos 12 milhões de estrangeiros que vivem na clandestinidade.
— Quero que eles saiam da sombra, para que possam trabalhar, dirigir ou matricular seus filhos na escola sem nenhum medo — manifestou Hillary Clinton.
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