| 19/12/2007 07h50min
O primeiro-ministro francês, François Fillon, afirmou hoje que seu país está disposto a acolher os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) se o grupo armado libertar alguns de seus reféns. A França "está disponível, assim como outros países europeus e latino-americanos", para acolher os guerrilheiros que seriam libertados pelo governo colombiano, declarou Fillon numa entrevista à emissora Europe 1. Ele explicou que a posição foi comunicada ao presidente colombiano, Álvaro Uribe, em resposta a seu pedido.
O governo francês defende um acordo humanitário que permita obter a libertação de 45 seqüestrados em troca de cerca de 500 rebeldes presos. Fillon se mostrou otimista diante do anúncio das Farc de que pretendem libertar três reféns em seu poder.
— É mais que uma leve esperança — disse o primeiro-ministro, aplaudindo a mediação do presidente venezuelano, Hugo Chávez.
— Há quase seis anos não se sabia de nada, nem mesmo se
Ingrid Betancourt estava viva —
lembrou Fillon.
Betancourt, que também é cidadã francesa, foi candidata à Presidência da Colômbia em 2002. A guerrilha colombiana anunciou ontem que libertaria a refém Clara Rojas, companheira de chapa de Betancourt, e o seu filho, nascido em cativeiro, além da ex-legisladora Consuelo González de Perdomo.
Fillon disse que é preciso reagir com prudência à notícia. Mas afirmou que "a sensação é de estar em processo, após a mediação de Chávez, que permitiu obter as provas de vida" de vários reféns, entre eles Betancourt. A gestão do presidente venezuelano "teve um efeito extraordinário no mundo inteiro" e a libertação dos reféns se tornou "uma grande causa nacional dos países da América Latina", acrescentou.
Ele explicou que respeita a decisão de Uribe de encerrar a mediação de Chávez. Mas disse que para a França "são bem-vindos todos aqueles que queiram participar" da resolução do conflito.
— Há uma urgência humanitária.
Betancourt pode morrer e quem for responsável pela sua
morte, deverá assumir seus atos — alertou Fillon. Ele insistiu que Uribe "deve permitir a libertação de Betancourt", seqüestrada em fevereiro de 2002.
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