Já classificada para os Jogos Olímpicos de Pequim 2008, a seleção brasileira encerrou a participação na Copa do Mundo do Japão com vitória. Nesta sexta-feira, as meninas derrotaram as donas da casa por 3 sets a 1, com parciais de 25/16, 23/25, 25/18 e 25/18, e ficaram com o vice-campeonato. Invicta, a Itália se sagrou campeã do torneio pela primeira vez em sua história. O terceiro lugar ficou com os Estados Unidos. As duas equipes também estão garantidas nas Olimpíadas.

Após alguns altos e baixos na competição, as comandadas do técnico Zé Roberto deixam a cidade de Nagoya de cabeça erguida. Foram 11 partidas, sendo 9 vitórias e 2 derrotas. Os resultados negativos foram sofridos para as jogadoras do Brasil. A queda diante da Itália foi descrita como vergonhosa pelo treinador brasileiro, que, pela primeira vez, levou todas as atletas para a coletiva de imprensa para que elas sentissem o peso da responsabilidade.

A atitude de Zé Roberto surtiu efeito. Após uma bronca, as meninas se superaram na competição, arrasaram a Sérvia e passaram por cima das japonesas. E com a vaga garantida em Pequim, a seleção brasileira dá adeus à Copa do Mundo com um sorriso no rosto e a prata no peito. Mas fica a certeza que ainda é preciso trabalhar bastante, principalmente o psicológico, para o ano que vem.

O jogo

Mesmo com a pressão imposta pela torcida adversária, que lotou o ginásio de Nagoya, o Brasil começou a partida muito bem, especialmente no bloqueio. Com isto, a equipe japonesa não conseguiu impor o seu jogo e, em apenas 21 minutos, as atuais vice-campeãs mundiais fecharam o primeiro set em 25 a 16.

A vitória, porém, relaxou as meninas do Brasil, que permitiram ao time adversário crescer em quadra. Ponto forte da primeira etapa da partida, o bloqueio simplesmente parou de funcionar, o que tornou o trabalho da defesa mais complicado. O saque, por sua vez, já não era tão eficiente e o Japão aproveitou para colocar pressão. Resultado: 25 a 23 para o time da casa.

Jaqueline mal em quadra

Empolgado com a vitória, o Japão continuou a forçar as jogadas em cima de Jaqueline. Eleita a melhor atleta em quadra diante da Sérvia, nesta quinta-feira, a ponteira esteve muito mal na recepção, passando insegurança para o grupo verde-amarelo. Atento, Zé Roberto percebeu o mau momento de sua atleta e a substituiu por Sassá. A troca deu certo, ao mesmo tempo em que Fofão passou a trabalhar mais bolas rápidas com a experiente Walewska.

Foi justamente desta forma que o Brasil embalou no jogo e abriu 17 a 11 no placar. Entretanto, quando o set parecia resolvido, o temido “blecaute”, que eventualmente afeta a seleção brasileira, ameaçou aparecer. Com dois erros seguidos de Paula Pequeno, as japonesas se empolgaram em quadra e cresceram no duelo, diminuindo a desvantagem para apenas um ponto.

Mas desta vez as brasileiras não perderam a calma e retomaram as rédeas da partida. O “apagão” então passou para o lado do Japão, que praticamente não acertou mais nenhuma jogada. Espertas, as brasileiras não desperdiçaram a oportunidade e, em um erro de saque dos adversários, fechou a terceira etapa em 25 a 18.

Sassá ajuda no quarto set

Apesar de o Brasil conseguir abrir 2 a 0 logo de cara, o começo do quarto set começou equilibrado. Logo, no entanto, brilhou a estrela de Sassá novamente e o time nacional conseguiu abrir 15 a 10 em uma bela jogada de segunda de Fofão. O Japão, por sua vez, procurava explorar os bloqueios das brasileiras, mas a tática foi menos eficiente do que se imaginava. Com uma bela bola cravada por Paula Pequeno, que antes contou com a finta de Walewska, destaque do Brasil, o Brasil fez 20 a 13.

A ótima atuação da central brasileira seguiu no final da etapa, apesar de conclusões precipitadas de Sassá e Fabiana no ataque. Os erros, porém, não foram suficientes para ameaçar a vitória das brasileiras, que fizeram 23 a 18 em um erro das rivais. Em seguida, o bloqueio voltou a funcionar e a seleção brasileira chegou ao match point, convertido rapidamente em um novo bloqueio.