| 02/11/2007 23h50min
A ex-secretária de Estado americana Madeleine Albright criticou nesta sexta-feira o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e o da Venezuela, Hugo Chávez, além de reabrir uma polêmica sobre as estatísticas oficiais da Argentina, durante um congresso empresarial em Buenos Aires. Madeleine, atualmente assessora da pré-candidata democrata Hillary Clinton, "que será a próxima presidente dos EUA", segundo afirmou, foi convidada para a Expo Management 2007. Ela disse, em um almoço com empresários, que Chávez "compra seus amigos e causa a instabilidade da região".
— É preocupante a forma como alguns países respondem a seus pedidos — acrescentou a chefe da diplomacia dos Estados Unidos de 1997 a 2001, durante o governo democrata de Bill Clinton.
Madeleine afirmou ainda que a Argentina "deveria abrir" as suas estatísticas oficiais, em um momento em que a Justiça de Buenos Aires investiga a suposta manipulação dos índices de inflação.
— É certo que
não há muito investimento dos Estados
Unidos na Argentina, mas há vontade. Primeiro, o governo argentino deveria abrir as suas estatísticas, porque ninguém acredita no Instituto Nacional de Estatísticas e Censos — acusou.
Ao comentar a política dos EUA, a ex-secretária de Estado disse que Bush levou o país "à pior derrota diplomática da história, inclusive muito pior que a do Vietnã". O chefe do Gabinete argentino, Alberto Fernández, considerou as críticas "pouco felizes".
— Acho pouco feliz que alguém chegue dos Estados Unidos e diga coisas dessa natureza. O que fazemos na Argentina é o mesmo que a administração americana fez durante os anos 80, revendo o índice de medição de preços — comentou o ministro.
Segundo o instituto, a inflação acumulou uma alta de 5,9% nos primeiros nove meses do ano, metade do índice apontado por consultorias privadas. Atualmente, 42% dos títulos da dívida argentina (um total próximo de US$ 140 bilhões) incluem um reajuste pelo índice de inflação. Assim, a
polêmica sobre as estatísticas
oficiais afeta os investidores.
No fórum empresarial, Madeleine declarou que existem "expectativas genuínas" sobre a presidente eleita da Argentina, a primeira-dama Cristina Fernández de Kirchner. Ela assumirá o poder em 10 de dezembro. — Como em toda mudança de governo, estamos esperando e observando quais serão as suas políticas — comentou a ex-secretária.
Madeleine opinou que nos EUA "foram consideradas muito positivas" as promessas da presidente eleita de modernizar o sistema de medição dos preços, que reflete o indicador oficial de inflação.
— Muita gente nos EUA deseja uma boa relação bilateral com a Argentina, tanto econômica quanto política.
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