A cúpula do PT está empenhada em trazer o PMDB para o futuro governo, mesmo que essas negociações provoquem desgaste interno e gerem insatisfações de partidos aliados que apoiaram Luiz Inácio Lula da Silva desde o primeiro turno das eleições.

– Nós achamos importante que o PMDB integre o governo. Com o PMDB participando do governo nós temos maioria para que as votações e as negociações no Congresso se processem de maneira previsível – afirmou nesta terça, dia 10, o presidente nacional do PT, deputado José Genoino.

Perguntado se a oferta de dois ou mais ministérios ao PMDB não teria aumentado a crise entre os partidos aliados, já que a atual cúpula peemedebista esteve ao lado de José Serra (PSDB) durante a eleição, Genoino argumentou que os petistas entendem a importância da governabilidade no mandato de Lula.

– Nem houve crítica (do PT), nem houve qualquer tipo de resistência. Nós estamos mostrando ao partido que estamos construindo uma maioria política para governar o Brasil de maneira segura, para não ficar em negociações pontuais – justificou.

Genoino negou que o PT, durante as articulações políticas para formação do ministério, esteja repetindo antigas práticas e barganhas que sempre criticou durante o governo do presidente Fernando Henrique.

O deputado alegou que metade do PMDB apoiou Lula no segundo turno das eleições e que o apoio do partido é fundamental para que o PT consiga votar no Congresso projetos que considera fundamentais para o êxito do futuro governo. O presidente do PT salientou que a data do anúncio do ministério é uma decisão exclusiva de Lula.

Genoino e o deputado federal José Dirceu, apontado como o futuro ministro da Casa Civil de Lula, estão encarregados de conversar durante a semana com dirigentes dos partidos aliados para acertar a definição do ministério.

Depois de um encontro com o presidente do PTB, José Carlos Martinez, e com o líder do partido na Câmara, deputado Roberto Jefferson (RJ), Genoino afirmou que os petebistas terão espaço no governo Lula, mas não detalhou se ocuparão um ministério. As informações são da agência Reuters.