O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deixou de lado a postura ambígua em relação ao futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva e radicalizou o discurso. Uma pauta de reivindicações com as exigências do movimento entregue à equipe de transição deverá ser cumprida nos 150 primeiros dias do governo petista.

Até maio próximo, o MST fez as seguintes exigências "básicas" ao governo Lula: assentar 85 mil famílias que, segundo o MST, estão acampadas em todo o país, incluí-las no programa Fome Zero, providenciar um custeio emergencial de R$ 2 mil para cada uma das famílias assentadas (o MST fala em 350 mil, e o governo não tem esse número) e a contratação de um técnico do Incra para cada cem famílias assentadas, o que representaria cerca de 3,5 mil novos funcionários públicos federais.

Antes da elaboração dessas exigências, alguns líderes do MST defendiam um período de pelo menos 90 dias de trégua no início do governo Lula. Também falavam em assentar cerca de 100 mil famílias acampadas em 2003, mas sem prazo definido.