| 20/11/2002 22h12min
Nos últimos dias, aumentou a cotação do coordenador da equipe de transição do PT, Antônio Palocci, para assumir a pasta da Fazenda no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Palocci continua cotado para o Planejamento, mas fontes do atual governo em contato com a equipe de transição informam que têm crescido os sinais de que o destino de Palocci pende para a Fazenda.
O prefeito de Ribeirão Preto, que deve renunciar até sexta-feira ao mandato para se integrar definitivamente à equipe de Lula, foi inicialmente cotado para o Planejamento, que, nos planos originais do PT, deveria ganhar status de superministério. Líderes petistas ponderam que o fortalecimento do Planejamento poderia expor o ministério, que é responsável pelo Orçamento, a fortes demandas políticas por aumentos de gastos e pressões econômicas por incentivos.
Prefeito de Ribeirão Preto ganhou credibilidade junto a setor financeiro
O principal fator que aproxima Palocci da Fazenda é seu
crescente prestígio junto ao mercado financeiro. Inicialmente, imaginava-se que a solução para Lula seria colocar no Planejamento um petista e deixar a Fazenda para algum nome de fora do partido, com formação em economia e prestígio junto ao mercado. Ultimamente, contudo, Palocci tem conquistado elogios. As declarações favoráveis vão desde o seu histórico de prefeito privatista e com bom trânsito entre os empresários ao tom cuidadoso ao comentar assuntos delicados, como o Comitê de Política Monetária (Copom) e a inflação.
Desde que assumiu a coordenação da campanha de Lula, o prefeito de Ribeirão Preto vem conquistando a confiança dos investidores também com declarações esclarecedoras em momentos em que houve dúvida sobre linhas a serem adotadas. Isso ocorreu no debate sobre o salário mínimo e nas negociações da dívida com os Estados, entre outros temas polêmicos.
O fato de não ter graduação formal em economia - Palocci é médico - poderia ser compensado pela
indicação dos demais
integrantes da equipe econômica, que deveriam ter um perfil mais técnico. O presidente do Banco Central, por exemplo, deve ter formação acadêmica sólida e experiência de mercado.
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