| 25/06/2007 08h25min
Em nota à imprensa distribuída no fim da noite deste domingo, a Força Aérea Brasileira (FAB) repudiou as declarações do perito Christoph Gilgen, representante da Federação Internacional de Controladores de Tráfego Aéreo (Ifatca). Em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, ele disse que os equipamentos do sistema de controle aéreo brasileiro são falhos, ultrapassados e ineficientes para evitar colisões entre aeronaves.
A FAB afirma no comunicado que por mais experiência que o perito "alega possuir" na atividade do controle aéreo, "seu conhecimento sobre as especificidades do controle de tráfego aéreo no Brasil é nulo". Para a Força Aérea, as declarações de Gilgen são parciais, por ele exercer uma função em uma associação internacional de controladores, e ele não possui "autoridade nem legitimidade para proferir qualquer análise confiável sobre nossos sistemas".
O perito passou uma semana no centro de controle aéreo de Brasília, o
Cindacta-1, no ano passado, logo após o
acidente entre o jato Legacy e o Boeing da Gol, que provocou a morte de 154 pessoas. Gilgen reclamou que o software pode mudar a altitude da aeronave automaticamente.
Segundo a FAB, o sistema é um produto desenvolvido no Brasil e não atualiza automaticamente o nível em que as aeronaves estão voando. A nota também afirma que Gilgen "não teve participação alguma" nas investigações do acidente da Gol.
Confira íntegra da nota, assinada pelo brigadeiro Antônio Carlos Moretti Bermudez, chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica:
“O Comando da Aeronáutica repudia veementemente as declarações apresentadas no programa Fantástico exibido na noite de 24 de junho.
Por mais experiência que o Sr. Christoph Gilgen alegue possuir na atividade de controle de vôo, seu conhecimento sobre as especificidades do controle de tráfego aéreo no Brasil é praticamente nulo.
Cabe ressaltar que o Sr.
Gilgen não teve participação alguma nas investigações do CENIPA a
respeito do acidente com o vôo 1907.
Naturalmente, suas afirmações refletem uma parcialidade compatível com a função que exerce, representante de uma associação internacional de controladores (IFATCA), e ele não possui autoridade, nem legitimidade para proferir qualquer análise confiável sobre nossos sistemas.
O software citado na matéria é um produto desenvolvido no Brasil e não atualiza automaticamente o nível em que as aeronaves estão voando.
Causa estranheza que, no momento em que o Comando da Aeronáutica afasta controladores que buscavam desacreditar o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro, surja um representante da IFATCA para questionar a eficiência do software utilizado no Brasil.
Por fim, diferentemente do que insinua a reportagem, voar no espaço aéreo brasileiro é seguro, o que é comprovado pela presença do Brasil no grupo de elite da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) desde sua criação.”
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