| 22/06/2007 09h40min
O presidente da Infraero, tenente-brigadeiro José Carlos Pereira, disse nesta sexta que as pessoas tenham paciência até a metade da próxima semana, quando, segundo ele, medidas efetivas serão tomadas para combater a crise aérea. Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, na manhã desta sexta-feira, disse esperar que os novos episódios (atrasos desta semana, desde a operação padrão dos controladores de Brasília na terça) causem alguma reação que pode.
– Minha paciência também já chegou ao fim, mas sempre acho que o fim da paciência é o início de um novo tempo. Eu acredito que, depois desses episódios, alguma coisa será feita. Sugiro que tenham paciência até a metade da próxima semana, quando medidas efetivas serão tomadas – afirmou.
Com relação aos atrasos desta semana, Pereira disse que tinha esperança que, no início da noite de hoje, a situação estivesse normalizada.
– Já estou achando que isso pode entrar pela madrugada de amanhã.
Para o tenente-brigadeiro, a grande dificuldade da crise é lidar com as pessoas envolvidas, por causa das vaidades e dos interesses. Segundo ele, a carência de equipamentos é fácil de ser suprida, porque "a nação tem dinheiro". No entanto, "dinheiro não compra fidelidade, tem que ter chefia, liderança".
José Carlos Pereira relatou ainda que o tráfego aéreo está muito congestionado nos principais aeroportos:
– Há grande concentração, sempre nos mesmos: os dois de São Paulo, Brasília e o Galeão, no Rio. Aí o problema se expande para Porto Alegre, Curitiba, Campo Grande, Salvador e Recife. É sempre assim que acontece.
Segundo ele, as companhias aéreas são vítimas da crise:
– Até certo ponto, são vítimas, vítimas fortes. Elas são obrigadas pela Anac a obedecer um horário rígido. De repente, vem algo externo e altera isso sem aviso, as companhias se perdem! Não há a menor possibilidade de um sistema de operação acompanhar uma coisa dessas. A infeliz da companhia sofre tremendamente. É difícil garantir que um avião vai sair. As informações são truncadas de uma forma brutal.
O presidente da Infraero falou ainda sobre a notícia que foi publicada e depois desmentida, sobre a possibilidade de ele deixar o cargo:
– Não tenho apego ao cargo, não preciso desse emprego de presidente da Infraero. Mas também não vou pedir demissão. Sair no meio de uma crise dessas não ajuda nada, só vai complicar mais. O cargo é do presidente da República, assim que ele quiser eu saio tranqüilamente, continuo fiel ao governo e a ele, sem problema nenhum. Mas aquela notícia foi desmentida, não sei qual é a origem.
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