| 23/05/2007 14h10min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai manter o Ministério de Minas e Energia com o PMDB, segundo informações de assessores do Palácio do Planalto. Com a saída de Silas Rondeau, suspeito de ter recebido R$ 100 mil de propina da empreiteira Guatama, Lula pediu na terça mesmo a indicação aos senadores Renan Calheiros (AL) e José Sarney (AP), com quem esteve reunido, mas os dois não falaram em nomes. Segundo integrantes do governo, não há possibilidade de o cargo ficar com o PT ou com outro partido. O ministro entregou na noite da terça-feira sua carta de demissão ao presidente.
O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), também já avisou à senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), líder do governo, que a bancada vai apoiar o nome indicado pelo PMDB do Senado e que não pretende entrar na disputa pelo cargo. Os mais cotados são José Antônio Muniz, ex-presidente da Eletronorte, e Astrogildo Quental, diretor financeiro da Eletronorte. O dois são ligados ao senador José Sarney.
A decisão de manter o ministério na cota do PMDB pode tirar do páreo nomes de confiança da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Entre eles, Nelson Hubner, atual secretário-executivo do ministério e que assumiu interinamente o lugar de Rondeu, e o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. Outros nomes também não podem ser descartados, como Maria da Graças Foster, hoje na Petrobras e que foi secretária de Petróleo e Gás na gestão de Dilma Rousseff, e Jorge Samek, presidente de Itaipu. O diretor geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelmann, indicado pela própria Dilma Rousseff, e Valter Cardeal, presidente interino da Eletrobrás, também correm por fora. Todos são nomes técnicos e atendem ao perfil que o presidente Lula deve querer dar ao ministério.
No fim da manhã, Renan Calheiros recebeu em sua residência oficial o ex-ministro Silas Rondeau. O encontro não durou mais do que 15 minutos. Rondeau deixou a residência oficial da presidência do Senado de óculos escuros. O senador José Sarney também participou do encontro.
Na carta de demissão entregue ao presidente, Rondeau reafirma inocência e diz que deixa o governo para se defender das "descabidas e injustas inverdades" feitas contra ele. Rondeau afirma no texto ainda que a denúncia de envolvimento com a quadrilha que fraudava licitações, levantada pela Operação Navalha da Polícia Federal, lhe causou dano irreparável.
O ministro diz ainda que serviu ao governo com lealdade e correção e agradece a confiança de Lula no período em que esteve à frente do ministério.
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