O coordenador do período de transição indicado pelo PT, Antonio Palocci (foto), prefeito licenciado de Ribeirão Preto (SP), afirmou que os nomes da equipe que irá participar do processo serão conhecidos até a próxima quinta, dia 31. O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), confirmou Palocci na coordenação política da transição na tarde desta terça, depois de duas reuniões com Fernando Henrique Cardoso. O ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, é o coordenador indicado por FH. Palocci e Parente se encontrarão ainda na tarde desta terça a fim de organizar como se dará o trabalho. 

Palocci, responsável pelo programa de governo de Lula, disse que a equipe poderá ser subdivida em quatro ou cinco subcomissões. Todos os componentes teriam experiência técnica e administrativa, mas nem todos seriam filiados ao PT. O coordenador garantiu que irá tratar de temas fundamentais para o país, e destacou, entre estes, a votação do Orçamento para 2003 no Congresso, questões tributárias – como o fim da cumulatividade do PIS e do Cofins – e o sistema financeiro. Destacou, no entanto, que a equipe não participa das decisões do governo FH até o final do ano. Todas estas decisões serão respeitadas, segundo Palocci. Em novembro, a atual equipe econômica fará uma revisão do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).  Sobre o tema, disse Palocci, haverá diálogo com o governo e até mesmo com representação do Fundo, mas não haveria intervenção na negociação feita pelo governo FH.

Lula fez um breve pronunciamento em que deixou claro que a nomeação do ministério é atribuição sua. Segundo o presidente eleito, os futuros ministros serão conhecidos no momento oportuno. Durante a fala, ele anunciou que os líderes do PT na Câmara, deputado João Paulo Cunha (SP), e no Senado, Tião Viana (AC), serão responsáveis pelas negociações no Congresso ainda este ano.

Antes de inciar o pronunciamento no Palácio do Planalto, Lula brincou com os jornalistas presentes

– Vocês podem começar a se habituar.

O presidente eleito ainda se referiu à primeira transição democrática no poder federal afirmando que este é um momento singular na história politica da América Latina. Elogiou a diposição FH no processo de transição, à qual se referiu como demonstração efetiva da prática democrática.

Às 15h, Lula se encontra com o presidente do Senado, Ramez Tebet, às 16h, com o presidente da Câmara, Aécio Neves e, em seguida, com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Marco Aurélio Melo.

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