| 28/04/2007 19h13min
O técnico Agenor Piccinin pode entrar para os livros de história do Oeste catarinense. Teve gente que sugeriu até estátua em sua homenagem. E não é para menos. Em 1996, ele levou o time à final contra o Joinville, onde o Verdão foi bicampeão. Em 2002, livrou a Chapecoense do rebaixamento e venceu o Torneio Seletivo. No ano passado, venceu a Copa SC. Em 2007, levou o time novamente a uma final.
Diário Catarinense - Quais fatores são fundamentais para chegar à final?
Agenor Piccinin - A mola propulsora foi a Copinha. A conquista da Copa Santa Catarina devolveu a confiança para o torcedor. Depois houve uma seqüência com a disputa da Seletiva para a Série C, que deixou uma base para o Estadual.
DC - Como foi sua volta para Chapecó, já que havia uma dívida pendente que estava na Justiça?
Piccinin - O torcedor começou a cobrar a minha volta como a solução para a Chapecoense. Houve uma
acerto com o seu Edir (presidente Edir de Marco) e a dívida foi
diluída. Ele apostou em mim.
DC - Você teve liberdade para montar o grupo, com exceção do Nivaldo, que já estava contratado?
Piccinin - A direção me deu liberdade para contratar dentro de um limite. Quando os resultados foram aparecendo, foi aumentando a receita com os jogos e a gente foi contratando reforços. Durante o campeonato foram chegando o Cadu, o Marco Antônio, o Peter, o Rony e o Amaral. Eu disse para o presidente: se vocês me derem condições, eu disputo o título.
DC - Mas você acreditava mesmo que iria superar, com um investimento modesto, times de mais estrutura?
Piccinin - Pode ligar para o Edir de Marco e confirmar.
DC - Vocês acertaram as contratações. Como fizeram isso com uma das menores folhas do campeonato?
Piccinin - Nossa folha acho que é a terceira menor, com R$ 52 mil mensais. A vantagem é que tenho muitos
amigos que me indicam jogadores bons. Alguns jogadores eu já conhecia, como o Maurício, que
trabalha comigo há seis anos. Outros vieram de indicação. Por essa confiança, jogadores que ganhariam R$ 5 mil em outros clubes, vieram para a Chapecoense por metade do valor. Só perdemos um jogador por indisciplina e outros dois acabaram lesionados.
DC - Como é a cartilha do Piccinin?
Piccinin - Na hora de contratar nós explicamos como era a Chapecoense e a expectativa da comunidade e da imprensa. Eu estabeleci algumas normas. Jogador não pode chegar no vestiário de brinco, meia no tornozelo, camisa para fora do calção ou boné virado para trás. É uma forma de disciplinar o grupo.
DC - Por que você não participou da final contra o Joinville em 1996?
Piccinin - Eu montei o time e comandei a equipe até a final. Só que o Joinville não quis jogar devido a um foguetório de torcedores próximo ao hotel, em Chapecó, na véspera. O caso foi parar na Justiça e a partida foi realizada dois meses
depois. Nisso, eu acertei com o Apucarana.
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