| 19/02/2007 12h26min
O colunista do The New York Times Joe Sharkey, que estava no Legacy da empresa americana ExcelAire que colidiu com o Boeing da Gol em setembro do ano passado, comentou neste domingo a reportagem da colunista Eliane Cantanhêde, da Folha de S.Paulo, sobre os diálogos gravados na caixa-preta do avião. Em seu blog, Sharkey diz que a imprensa brasileira tenta pegar como bodes expiatórios dois pilotos americanos enquanto acobertam as falhas evidentes do controle de tráfego aéreo brasileiro.
Cantanhêde teve acesso às 290 páginas de transcrições das conversas dos pilotos do Legacy e dos controladores de tráfego aéreo brasileiros e concluiu que uma sucessão de erros, mal-entendidos e uma certa inexperiência ou incompetência causaram o acidente. Para ela, as transcrições deixam claro que a dificuldade de comunicação entre os pilotos do Legacy e o controlador responsável pelo vôo impediu a dupla – por três vezes – de esclarecer se deveria seguir a 37 mil pés de altitude. O plano de vôo previa uma mudança para 36 mil pés, exatamente na região onde o acidente ocorreu.
Sharkey não contradiz os dados da reportagem, mas, de acordo com informações da Folha Online, defende os pilotos americanos – Joe Lepore e Jan Paladino –, ao afirmar que o controle de tráfego aéreo do Brasil é uma bagunça e que os controladores de tráfego aéreo têm um inglês pobre. Sharkey insistiu que os pilotos não souberam no que colidiram até pousarem e que especularam até que pudesse ser uma aeronave que tivesse explodido sobre eles e que pudessem ter passado pelos destroços.
Para ele, ninguém sobrevive a uma colisão em vôo entre duas grandes aeronaves.
– Essa possibilidade passou a ser considerada remota quando aterrissamos – disse.
O acidente é o maior da história da aviação brasileira e resultou na morte dos 154 ocupantes do Boeing.
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2008 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.