| 23/09/2002 16h59min
Com o mercado tomado pela ansiedade em torno da corrida eleitoral, o dólar encerrou em forte alta nesta segunda-feira, 23 de setembro, com cotação acima dos R$ 3,50 e em novo recorde do Plano Real. Segundo operadores, o cenário externo bastante desfavorável também causou apreensão entre os investidores.
A moeda terminou o pregão negociada a R$ 3,575 para venda e a R$ 3,565 para compra, 4,99% mais cara que o fechamento da última sexta-feira, quando terminou vendida a R$ 3,404 (1,30%). O valor ultrapassou a cotação mas alta registrada até então, de R$ 3,470 no fechamento de 31 de julho passado.
A forte tendência de alta foi registrada desde a abertura dos negócios, quando o dólar começou com uma valorização de 3,08% cotado a R$ 3,50 na compra e R$ 3,51 na venda. No final da manhã, a moeda já estava com alta de 4,81%, a R$ 3,569 na venda.
O principal fator apontado pelos especialista para a alta foi a última pesquisa eleitoral do Instituto Datafolha, divulgada no fim de semana. Pelo levantamento, o petista Luiz Inácio Lula da Silva teve um crescimento de 4 pontos percentuais e está na liderança da corrida presidencial com 44% das intenções de voto. Em segundo lugar, e bem afastado de Lula, está o governista José Serra (PSDB) - o "queridinho" do mercado - com 19%.
O volume de negócios no mercado cambial também foi bastante reduzido, o que favoreceu a pressão. O Banco Central já vendeu dólares às instituições financeiras, mas em quantidade considerada pequena (cerca de US$ 50 milhões), que foi rapidamente absorvida.
A valorização do dólar neste mês já chega a 18,77%, frente a uma desvalorização do real de 15,80%. No ano, a moeda norte-americana já está 54,36% mais cara que a brasileira, que amarga um deságio de 35,21%.
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