O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse nesta quinta que seu país pode oferecer todo o gás natural que o Brasil necessita e que as duas nações avançaram satisfatoriamente na integração energética.

– Já avançamos bastante no tema do gás para poder trazê-lo da costa da Venezuela até o Brasil e voltaremos a repassar o tema com os presidentes da Petrobras e da PDVSA – disse Chávez para a imprensa no Rio de Janeiro.

– O Brasil não tem que se preocupar pois todo o gás que precisa está na Venezuela e podemos enviá-lo para as regiões norte e nordeste – declarou.

O Governo brasileiro discute vários projetos para garantir o fornecimento de gás natural no futuro, já que o consumo vem crescendo significativamente e sua produção é reduzida.

Segundo cálculos da Petrobras, a demanda interna de gás natural chegará a 121 milhões de metros cúbicos por dia em 2011, em comparação aos 45,5 milhões de metros cúbicos da atualidade.

O Brasil importa atualmente 26 milhões de metros cúbicos de gás por dia da Bolívia, um pouco mais da metade de seu consumo, porém esta grande dependência foi questionada até mesmo por Lula.

Da futura oferta, até 30 milhões de metros cúbicos serão importados da Bolívia e 71 milhões serão produzidos pela Petrobras dentro do Brasil, o que faz com que sejam necessários outros 20 milhões de metros cúbicos diários para garantir o abastecimento.

Segundo Chávez, esta oferta será garantida com a construção do Gasoduto do Sul, um projeto que vem sendo discutido pelos países da região e que garantirá o transporte de gás natural do litoral venezuelano até a Argentina, passando pelo Brasil e pelo Uruguai.

O presidente da Venezuela afirmou que os projetos de integração energética discutidos entre o seu país e o Brasil, além do Gasoduto do Sul, incluem a construção de uma refinaria binacional em Pernambuco e um projeto entre Petrobras e PDVSA para explorar petróleo na Faixa do Orinoco.

Estes projetos foram discutidos ontem, no Rio de Janeiro, pelos presidentes da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e da PDVSA, Rafael Ramírez.

Segundo um comunicado da Petrobras, a reunião serviu tanto para falar do projeto do gasoduto entre Venezuela e Brasil, como da refinaria binacional e das áreas que a empresa brasileira pretende explorar na Venezuela.